ONU alerta sobre necessidade de dobrar energia limpa até 2030 para limitar aquecimento

Investimentos em energia renovável precisam triplicar para alcançar emissão líquida zero até 2050, segundo OMM.

A necessidade de eletricidade gerada por fontes de energia limpa precisa dobrar até 2030 para limitar o aquecimento global, de acordo com um novo relatório que alerta sobre os riscos das mudanças climáticas para a segurança energética. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e seus parceiros recomendam que os países tripliquem seus investimentos em energia renovável.

O relatório indica que, se essas medidas não forem tomadas, as mudanças climáticas, o clima extremo e o estresse hídrico podem prejudicar a segurança energética e até mesmo o fornecimento de energia renovável em escala global. A OMM coordenou a análise, destacando a importância do acesso a informações e serviços confiáveis sobre tempo, água e clima para fortalecer a resiliência da infraestrutura energética.

Petteri Taalas, secretário-geral da OMM, enfatiza que o setor energético é responsável por cerca de três quartos das emissões globais de gases de efeito estufa. A transição para formas de energia limpas, como solar, eólica e hidrelétrica, e a melhoria da eficiência energética são essenciais para prosperar no século 21.

O relatório anual Estado dos Serviços de Clima aponta oportunidades para redes de energia verde para combater as mudanças climáticas, melhorar a qualidade do ar, conservar os recursos hídricos, proteger o meio ambiente, criar empregos e proteger o futuro coletivo.

Até 2050, espera-se que as necessidades globais de eletricidade aumentem, tornando a eletrificação uma estratégia chave para atingir as metas de neutralidade de carbono. Isso requer energia renovável, com destaque para a energia solar.

O relatório também enfatiza a oportunidade para os países africanos de aproveitar seu potencial solar inexplorado. Apesar de abrigar 60% dos melhores recursos solares do mundo, o continente tem apenas 1% da capacidade fotovoltaica instalada.

António Guterres, secretário-geral da ONU, pediu que mais seja feito, destacando que uma ação climática ousada pode gerar US$ 26 trilhões em benefícios econômicos até 2030. No entanto, ele citou o baixo investimento em energia renovável, especialmente nos países em desenvolvimento, e a falta de atenção à importância dos serviços de energia climática para apoiar a adaptação climática e as decisões sobre como reduzir os gases de efeito estufa.

O relatório conclui que a mudança climática afeta diretamente o fornecimento de combustível, a produção de energia e a resiliência física da infraestrutura energética atual e futura. Eventos climáticos, hídricos e climáticos extremos, agora mais frequentes e intensos, estão pressionando a geração de energia existente, tornando ainda mais importante reduzir as emissões de combustíveis fósseis.

Com informações do ONU NEWS.

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