Brasil

Importância da vacina da dengue reconhecida no SUS após intervenção de Senador Jader

O Ministério da Saúde do Brasil anunciou, nesta quinta-feira (21), uma conquista significativa para a saúde pública: a inclusão da vacina contra a dengue, a Qdenga, no portfólio do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o Brasil se torna pioneiro mundial na oferta do imunizante em um sistema público de saúde universal, marcando um avanço crucial na luta contra a dengue no país.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou que a decisão resultou de uma análise detalhada da relação custo-benefício e da necessidade de acesso ao imunizante pela população brasileira. “Aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec), a medida nos coloca na vanguarda da oferta pública deste imunizante. Até o início de 2024, estabeleceremos os grupos prioritários para a vacinação, considerando a quantidade limitada de doses fornecidas pela Takeda”, declarou a ministra.

O laboratório Takeda informou que serão entregues cerca de 5,082 milhões de doses da vacina Qdenga entre fevereiro e novembro de 2024. A vacina, que requer duas doses, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é indicada para pessoas de 4 a 60 anos.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), enfatizou a importância da vacinação como estratégia crucial no controle da doença. Ele destacou a prevalência da dengue em quase todo o território nacional e a insuficiência das medidas de controle do vetor.

Em 2023, o aumento de 44% nos casos de dengue em todo o Brasil acendeu um alerta, conforme dados do Ministério da Saúde. Como resposta, foi criado o Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para desenvolver estratégias efetivas na redução de casos graves e óbitos.

O senador Jader Barbalho (MDB-PA), defensor da inclusão da vacina no SUS, após observar o avanço da doença, solicitou a imunização preventiva em um ofício à ministra Nísia Trindade. Ele destacou a eficácia da Qdenga, que mostrou até 80% de efetividade contra casos leves e até 95% contra hospitalizações e mortes. “Frente ao aumento dos casos, é vital sensibilizar a população e disponibilizar a imunização”, declarou o senador.

“Essa mesma vacina já teve seu uso recomendado e aprovado pela União Europeia para a faixa etária de 4 a 60 anos. O aumento de casos acende um alerta em nosso país. Além de sensibilizar a população para ajudar a controlar o avanço da transmissão dessas doenças, é preciso também imunizar, uma vez que os casos de óbitos por dengue, a mais perigosa dessas doenças transmitidas pelo mesmo mosquito, também aumentaram no Brasil”, alerta o senador Jader.

As estratégias de vacinação serão definidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que determinarão os grupos prioritários e áreas de maior incidência.

Em 2023, o Brasil registrou um aumento alarmante em casos de dengue, zika e chikungunya, sendo a dengue particularmente letal, com 1.016 mortes – um número superior ao recorde anterior de 986 em 2015 e um aumento de 316% em relação a 2021.

Com a incorporação da vacina Qdenga, o Brasil espera reduzir significativamente o impacto da dengue, uma doença que tem desafiado as autoridades de saúde devido à sua rápida propagação.

MOSTRAR MAIS

ARTIGOS RELACIONADOS

Translate »