“Estamos perto da sexta extinção em massa”, diz Ban Ki-Moon
O 8º Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, fez o discurso central da Mesa Magma na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém, onde tratou de temas como emissão de CO2, representatividade feminina, performance do Brasil e extinção em massa no planeta terra.
“Estamos perto da sexta extinção em massa dentro dos próximos 100 anos”, afirmou o 8º Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon durante a sua apresentação na Mesa Magma da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que ocorre no Hangar – Centro de Convenções do Pará até a próxima sexta-feira (1º).
Ban Ki-Moon apontou que a forte crise climática que o mundo todo enfrenta está levando o planeta a entrar em colapso e se as emissões de gases não forem freadas, o risco de extinção daqui a 100 anos é muito grande.
“A quinta extinção em massa aconteceu há 65 milhões de anos e agora, no século XXI, com toda essa tecnologia, por que nós temos que sofrer essa ameaça de extinção em massa?”, questionou o secretário. “Se não agirmos agora, o futuro da humanidade estará em grande perigo. Temos que zerar as emissões líquidas de carbono em todo o planeta. Atualmente, a China é o país onde mais ocorre emissão, mas prometeram atingir a neutralidade da emissão zero de carbono até 2060. Já a Índia, prometeu atingir a neutralidade até 2070. Precisamos agir”, enfatizou Ban Ki-Moon.
Em uma palestra com pouco mais de quarenta minutos, o Secretário-Geral da ONU falou sobre assuntos que afetam a economia e a sociedade mundialmente. Ban Ki-Moon lembrou da guerra que vem se arrastando na Ucrânia há quase dois anos, além de destacar os impactos da pandemia da Covid-19, que como ele disse “parece estar chegando ao fim, depois de ter causado uma perturbação nos nossos sistemas e modo de vida”.
Parceria global para o desenvolvimento sustentável
Sobre a guerra, ele ressaltou que os impactos globais gerados pelo embate se multiplicaram rapidamente, e que “diante deste cenário preocupante, fica claro que a recuperação será longa e árdua. Entretanto, nós precisamos continuar avançando juntos, e alcançar os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) pode nos unir. Portanto, devemos seguir em frente com o espírito de parceria e solidariedade”.
Ban Ki-Moon, que começou o discurso elogiando a cidade e parabenizando a organização da Conferência, agradeceu ao IBRAM e ao governador do Pará, Helder Barbalho, além dos patrocinadores, ressaltou a importância da parceria para discutir os assuntos globais.. “Eu acredito que os temas, além de questões nacionais, são todas oportunas. (…) Todos se reuniram em um momento crucial para acelerar a realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU”.
Realização da COP 30 em Belém
O representante também endossou a capital paraense como sede da COP 30 a Conferência das Nações Unidas da ONU, em 2025: “Eu apoio plenamente a realização da COP 30 em Belém, é uma excelente ideia. Cidadãos de Belém, o futuro está em suas mãos. Eu caminhei muito próximo ao presidente Lula e à ex-presidente Dilma, então, eu espero que em 2025 haja um grande sucesso em Belém”.
Representação feminina na ONU
Em determinado momento do discurso, o secretário enfatizou a relevância do papel da mulher nos debates e dos objetivos de aumentar a representação feminina na ONU, que, felizmente, foram alcançados.
“Destaco que este é um problema que a ONU tem a combater para o empoderamento das mulheres. Peço às mulheres aqui presentes que continuem vivendo com esperança e paixão, para que alcancemos seus direitos.
Compromisso e avanço
O secretário finalizou o discurso reforçando a meta da emissão de CO2, e fazendo um apelo ao público que o assistia. “Até 2040 temos que cortar até 45% da emissão de carbono no mundo (…) eu conto com o compromisso de vocês, que têm direito a voto, jovens líderes, desafiem e cobrem os seus líderes governamentais. Lembrem que esse mundo é o lugar em que ele e sua geração viverão para sempre”.
Ban Ki-Moon aproveitou também para reforçar os agradecimentos e elogiar a postura do presidente da República, Lula, acerca da diminuição da emissão de carbono no Brasil. “Aproveito esta oportunidade para elogiar a liderança climática do presidente Lula, que sugeriu eventos voltados a este tema a serem realizados em Belém”, concluiu.
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