STF inicia interrogatórios de réus do núcleo principal da trama golpista de 2023
Ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados serão ouvidos entre os dias 9 e 13 de junho pelo Supremo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (9) à audiência de interrogatório dos réus identificados como parte do “núcleo 1” da trama golpista que teria sido articulada após as eleições de 2022. Os depoimentos vão ocorrer até a sexta-feira (13), sob a condução do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal.
A sessão inaugural, marcada para as 14h, foi realizada na sala da Primeira Turma do Supremo, com transmissão ao vivo pela TV Justiça e plataformas digitais da Corte. Estão agendadas as oitivas de oito réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que será ouvido na quinta-feira (12), após aliados de alto escalão de seu governo.
A ordem dos depoimentos foi estabelecida considerando aspectos logísticos e o nível de envolvimento dos acusados. Abrindo os trabalhos, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos delatores do caso, compareceu à audiência. Também prestarão depoimento Alexandre Ramagem (ex-diretor da ABIN), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto, que participará por videoconferência devido à prisão preventiva decretada no fim de 2024.
Todos os réus têm o direito constitucional de permanecer em silêncio. Ao final de cada oitiva, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os advogados de defesa poderão formular perguntas.
Os acusados respondem, em tese, por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem ultrapassar 30 anos de reclusão caso sejam condenados.
Finalizada a fase de interrogatórios, será aberto prazo para a apresentação das alegações finais por parte do Ministério Público e das defesas. O julgamento está previsto para o segundo semestre de 2025, com voto do relator seguido pelos demais ministros da Primeira Turma.
Fontes: Agência Brasil
