Dívida Pública Federal ultrapassa R$ 7,6 trilhões em abril, impulsionada por juros altos
Com crescimento de 1,44% no mês, estoque da dívida é pressionado por apropriação de juros e emissões líquidas; custo médio de novas emissões atinge maior nível desde 2017.
Pela primeira vez na história, a Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a marca de R$ 7,6 trilhões. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF passou de R$ 7,508 trilhões em março para R$ 7,617 trilhões em abril, representando um aumento de 1,44%.
Principais fatores do aumento
O crescimento da dívida foi impulsionado principalmente pela apropriação de R$ 70,3 bilhões em juros e por uma emissão líquida de R$ 41,42 bilhões em títulos, especialmente aqueles atrelados a índices de preços.
Com a Taxa Selic mantida em 14,75% ao ano, os juros elevados têm pressionado o endividamento do governo, tornando os títulos públicos mais caros e aumentando o custo de rolagem da dívida.
Composição da dívida
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que representa a maior parte da DPF, subiu 1,55% no mês, alcançando R$ 7,31 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) apresentou uma queda de 1,1%, totalizando R$ 306,13 bilhões, influenciada pela valorização do real frente ao dólar.
Mudanças no perfil da dívida
O perfil da dívida também sofreu alterações. A participação de títulos prefixados caiu de 21,51% em março para 20,23% em abril, enquanto os papéis atrelados à Selic aumentaram de 46,38% para 47,3%. Os títulos corrigidos pela inflação tiveram uma leve alta, passando de 28,01% para 28,46%.
Custo e prazo da dívida
O custo médio das novas emissões de títulos da dívida interna subiu para 13,05% ao ano em abril, o maior nível desde janeiro de 2017.
O prazo médio da DPF aumentou de 4,12 anos em março para 4,17 anos em abril, indicando uma maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos a longo prazo.
Colchão da dívida
O colchão da dívida pública, reserva financeira usada para enfrentar momentos de instabilidade ou concentração de vencimentos, cresceu de R$ 869 bilhões em março para R$ 904 bilhões em abril, o maior nível desde agosto do ano anterior. Atualmente, essa reserva cobre 8,57 meses de vencimentos da dívida pública.
Perspectivas para 2025
Apesar do aumento em abril, o estoque da DPF permanece dentro das projeções do Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê que a dívida encerre 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.
Fonte: Agência Brasil.