Prefeitura de Belém capacita batedores de açaí para prevenir doenças e garantir higiene do produto

A Prefeitura de Belém está promovendo um curso gratuito voltado a batedores e manipuladores artesanais de açaí com foco na segurança alimentar e no fortalecimento da economia local. A formação, realizada na Casa do Açaí, no bairro da Cidade Velha, capacita profissionais para seguir as exigências sanitárias estabelecidas pelo decreto estadual que regulamenta o processamento do fruto.

As aulas, que acontecem às terças e quintas-feiras, incluem conteúdos teóricos e práticos sobre peneiramento, catação, lavagem e o branqueamento, técnica essencial que consiste em submeter o açaí a um choque térmico antes da trituração. Esse procedimento é fundamental para eliminar o protozoário Trypanosoma cruzi, transmissor da doença de Chagas, infecção potencialmente grave ligada ao consumo de açaí contaminado.

“Belém é referência nacional em consumo e comercialização de açaí. Oferecer esse tipo de capacitação é essencial não apenas para proteger o consumidor, mas também para fortalecer o empreendedorismo e valorizar o nosso produto regional.” Débora Barros, coordenadora da Casa do Açaí

O curso tem duração de quatro horas e ao final os participantes recebem uma carteira de manipulador de açaí, documento exigido pela Vigilância Sanitária para o funcionamento legal de pontos de venda. Desde a inauguração da Casa do Açaí, mais de 2.800 profissionais foram qualificados em todo o Pará.

A procura pela capacitação tem crescido, atraindo inclusive interessados de outros municípios e estados. Para Heron Amaral, instrutor do curso, o impacto vai além da segurança alimentar:

“Muitos dos nossos alunos vêm de comunidades ribeirinhas, onde o açaí é a principal fonte de renda. Ao capacitá-los, ampliamos oportunidades e garantimos um alimento seguro para todos.” Heron Amaral, instrutor

A ação integra um conjunto de medidas da Prefeitura para reduzir casos de doenças ligadas ao consumo do açaí in natura. Entre elas, estão ações de fiscalização em feiras, mercados e estabelecimentos de Belém, além da emissão de selo sanitário para produtos processados de forma segura.

Para Diego Silva, batedor artesanal há mais de dez anos, a formação representa uma virada profissional:
“Eu trabalho com açaí há mais de 10 anos, mas nunca tinha feito um curso como esse. Agora entendo melhor a importância de cada etapa e posso garantir mais qualidade para os meus clientes.”

Com informações de: Agência Belém