Infraestrutura sucateada, denúncias e sofrimento na rede estadual evidenciam crise na saúde do Amazonas


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Obras atrasada da Fundação Hospitalar e Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHEMOAM ), apagão no Hospitais Platão Araújo e  28 de Agosto, fila no Delphina Aziz. Nossa equipe de reportagem coletou imagens, vídeos e dados que mostram o colapso do Sistema de Saúde pública gerido pelo governo Wilson Lima, que desde o primeiro ano de mandato não conseguir organizar atendimentos, balancear demanda e oferta, dando ao Amazonas  o título de um dos piores estados no setor, incluindo uma denúncia do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam).

O mais recente capítulo da crise de Saúde Pública no Amazonas ocorreu no Hospital Platão Araújo, onde a tentativa de furto dos cabos de energia acabou em apagão. Além da flagrante ausência de segurança patrimonial, o ataque expôs a ineficiência do gerador na unidade, onde vídeos mostram os profissionais tentando retirar pacientes da UTI às pressas, enquanto a unidade ficou às escuras.

Clique aqui e veja o vídeo do Platão Araújo. 

Nesta segunda-feira (19), nossa equipe de reportagem conversou com uma acompanhante de paciente que pediu para não ser identificada, de dentro do Platão.

“Foi um arranca rabo. O pessoal correndo, o gerador não disparou, pacientes em risco de morte e os médicos sem saber a quem salvar. Parecia o tempo da pandemia”.

Apesar da Secretaria Estadual de Saúde afirmar que o gerador foi eficiente, os vídeos das transferências com auxílio do Corpo de Bombeiros prova o cenário de desespero na unidade.

FILA NO DELPHINA AZIZ

A célebre e contraditória frase do governador Wilson Lima, que diz em suas agendas públicas que a Saúde do Amazonas precisa adotar o “padrão Delphina”, acaba caindo por terra por imagens feitas na própria unidade, que foi terceirizada por mais de R$ 1 bilhão e  sequer é um hospital de portas abertas.

Na semana passada, uma mulher gravou o vídeo de pacientes do lado de fora, em pé, no sol, para fazer raio-x, antes mesmo de pegar ficha de atendimento, para  pessoas que já estavam com agendamento marcado no Sisreg.

Gerador sem diesel no 28 de Agosto

Ano passado a mesma cena do Platão Araújo se repetiu no Hospital 28 de Agosto.  Em outubro, três dias após um apagão, um homem gravou os reservatórios de diesel usados para ligar os geradores vazios.

Durante o apagão do ano passado, pacientes da UTI foram retirados às pressas nos elevadores da unidade comandada pelo Secretaria de Estado de Saúde (SES), do governo Wilson Lima.

Clique aqui e veja o vídeo do 28 de Agosto

Hemoam, esquecido 

Ano passado nossa equipe de jornalismo mostrou o esquecimento completo das obras do Hospital do Sangue, na avenida Pedro Teixeira, no bairro Chapada, zona Centro-Sul, erguida com R$ 53 milhões dos cofres públicos e até hoje não inaugurada.

Nos quatro primeiros anos do governo (2019 a 2022), Wilson Lima gastou R$ 11 bilhões previstos nos orçamentos aprovados pela Assembleia Legislativa. Nos primeiros dois anos da sua segunda administração (2023 e 2024), movimentou mais R$ 6,8 bilhões, e para este ano de 2025, tem nas mãos mais R$ 4 bilhões para aplicar na rede de saúde.

A ausência do Hospital do Sangue condena pacientes com leucemia, anemia falciforme, hemofilia e outras condições hematológicas a peregrinações exaustivas por unidades de saúde já sobrecarregadas, a tratamentos paliativos insuficientes e, em muitos casos, a um agravamento de seus quadros clínicos pela falta de assistência especializada e oportuna.

Sete anos e R$ 53 milhões depois, o Hospital do Sangue segue como um elefante branco.

Clique aqui e leia a historia completa.

Sindicato dos Médicos denuncia

O dr. Mário Vianna, presidente do Sindicato dos Médicos, tem denunciado o caos na Saúde do Amazonas nos últimos 6 anos. No mês passado, inclusive, emitiu uma nota nas páginas oficiais para relatar a situação do Hospital 28 de Agosto.

“Entre os principais problemas apontados estão a falta de médicos com Registro de Qualificação de Especialista (RQE), ausência de medicamentos essenciais, e a fragilidade das condições de trabalho, o que compromete diretamente a assistência médica prestada à população. A ação também denuncia vícios no contrato de gestão firmado com a AGIR, que, segundo a petição, violam os parâmetros fixados pelo Supremo Tribunal Federal”, afirma.

No 28 de Agosto, a Agir tem um contrato de R$ 2 bilhões para gerir a unidade e o Instituto da Mulher Dona Lindu. “Ao recorrer ao Judiciário, o Sindicato busca garantir que os recursos públicos sejam corretamente aplicados, e que a população receba serviços de saúde dignos e eficazes” afirmou o presidente do Simeam dr. Mário Vianna.

Ficam as dúvidas sobre o modelo de gestão, e as perguntas enviadas ao Governo do Amazonas não respondias à nossa equipe de reportagem:

Em virtude de denúncias recebidas em nossa redação, gostaríamos de esclarecer alguns pontos relacionados à operação do Sistema Público de Saúde no Amazonas:

Hospital do Hemoam:

Por que a unidade ainda não foi inaugurada?

Qual o valor total investido na obra até o momento?

Qual é a previsão atual para a inauguração?

Qual o montante estimado dos prejuízos causados pelo atraso?

Hospital Platão Araújo:

Qual o motivo do desabastecimento de energia elétrica no último fim de semana, que resultou na transferência de pacientes da UTI?

A unidade não dispõe de geradores de emergência para evitar esse tipo de situação?

Hospital 28 de Agosto:

O Sindicato dos Médicos alega que o hospital opera com infraestrutura inadequada. A AGIR tem adotado medidas para resolver essas falhas?

Há registros de que o gerador do hospital ficou sem combustível (diesel), conforme evidenciado em vídeo. Essa questão já foi regularizada?

Hospital Delphina Aziz:

Por que pacientes com agendamento prévio pelo SISREG foram atendidos em filas externas, expostos ao sol, para realização de exames de raio-X?

Conteúdo do portal: Amazônia Press


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