Ação policial na Zona Norte de Macapá deixa sete mortos e gera investigação rigorosa
Operação da PM é alvo de apuração após denúncias de possível uso excessivo da força.
Na madrugada de domingo, 4 de maio, uma operação da Polícia Militar do Amapá resultou na morte de sete homens no bairro Pantanal, Zona Norte de Macapá. Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a ação foi motivada por denúncias de tráfico de drogas e presença de indivíduos armados na região. Durante a abordagem, os ocupantes de um veículo teriam atirado contra os policiais, que reagiram, culminando nas mortes.
Entre os mortos está Erick Marlon Pimentel Ferreira, conhecido como “Billy”, apontado como liderança do tráfico na área e com extensa ficha criminal. Contudo, familiares de outras vítimas contestam a versão oficial. Wendel Cristian, de 21 anos, jogador de futebol sem antecedentes criminais, estaria retornando de uma partida quando foi atingido. “Meu filho jogava bola. Esse era o sonho da vida dele”, relatou Francisco Conceição, tio de Wendel.
A operação também resultou na prisão de uma advogada que tentou ultrapassar o perímetro de isolamento. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considerou a detenção um abuso de poder e violação do Estatuto da Advocacia. A profissional foi liberada após prestar esclarecimentos.
O governador do Amapá, Clécio Luís, expressou solidariedade às famílias das vítimas e afirmou que a investigação será conduzida com “máxima seriedade, transparência e rigor”. Ele destacou a importância de combater o crime organizado sem tolerar abusos por parte das forças de segurança.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos, com apoio da Polícia Científica na realização de perícias. Nove policiais envolvidos na ação foram afastados de suas funções operacionais até a conclusão das investigações.
O caso reacende o debate sobre o uso da força pelas forças de segurança e a necessidade de protocolos mais rígidos em operações em áreas urbanas. Entidades de direitos humanos e a sociedade civil cobram respostas rápidas e justas para o episódio.
Com informações de: Agência Amapá, CNN Brasil, Poder360, Terra, Correio