“COP30 pode ser um símbolo importante de que o multilateralismo está vivo”, diz CEO da Conferência em encontro com a sociedade civil

Ana Toni, CEO da COP30, e a embaixadora brasileira Liliam Chagas receberam representações de movimentos sociais no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima para uma escuta de demandas e proposições em relação a Conferência.

Após rodadas de escuta setoriais com povos indígenas, movimentos de mulheres e movimento negro, a secretaria-executiva da COP30 recebeu nesta quarta-feira, 16/4, no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), entre participações online e presencial, representantes de organizações plurais da sociedade civil para um momento de acolhimento de propostas e esclarecimento de dúvidas sobre a dinâmica da Conferência. O encontro é mais uma etapa do processo de construção da agenda da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

 “A gente espera e acredita que a COP30 pode ser sim um símbolo importante de que o multilateralismo está vivo e fortalecido, e que é o único caminho da gente lidar com a mudança do clima.”

Na oportunidade, a CEO da COP30, Ana Toni, apresentou os contornos do projeto encabeçado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Presidência do Brasil, nas figuras, respectivamente, do secretário-geral António Guterres e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem como finalidade receber propostas para a agenda de combate à mudança do clima de pessoas diferentes e de várias partes do mundo. “É um processo que ainda está sendo delineado, mas serão eventos em diversas regiões do planeta, trazendo cientistas, artistas, lideranças religiosas, para a gente olhar alguns temas da negociação por essas outras linguagens”, disse ela.

Ana Toni também reforçou a importância da COP no Brasil como momento de afirmação de ambições climáticas consensuais, mas também do multilateralismo, como fator para o alcance dos objetivos de clima. “A gente espera e acredita que a COP30 pode ser sim um símbolo importante de que o multilateralismo está vivo e fortalecido, e que é o único caminho da gente lidar com a mudança do clima. É uma mensagem muito forte que tem que sair da COP e que a sociedade civil tem muito a ajudar”, colocou a CEO.

A embaixadora Liliam Chagas, diretora do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores, que desde a COP28 atua como principal negociadora do Brasil, também participou do espaço e enfatizou o esforço brasileiro por uma Conferência mais próxima da sociedade civil. “O Brasil está se propondo a fazer uma COP diferente, uma COP multidimensional com resultados e entregas além das tradicionais negociações multilaterais”, afirmou a diplomata.

Contribuições da sociedade civil

“A gente sabe que a COP é um evento internacional, e todas as questões com isso, mas ela precisa deixar um legado de participação, no Brasil sobretudo. No país nós temos essa responsabilidade, de deixar um legado de participação, um legado de organização da sociedade civil, e de cada vez maior qualificação nesses debates que são extremamente importantes na questão ambiental”, explanou Iury Paulino, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).
“A gente sabe que a COP é um evento internacional, e todas as questões com isso, mas ela precisa deixar um legado de participação, no Brasil sobretudo. No país nós temos essa responsabilidade, de deixar um legado de participação, um legado de organização da sociedade civil, e de cada vez maior qualificação nesses debates que são extremamente importantes na questão ambiental”, explanou Iury Paulino, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).
“A gente tem uma expectativa muito grande de que o governo brasileiro sinalize propostas de implementação de acordo com a importância do programa de trabalho da transição justa. E mais que isso, que seja uma COP que tenha como princípio a defesa da democracia, que é algo muito caro mundo afora. Destaco a importância do diálogo social para a definição das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com participação social efetiva da classe trabalhadora, dos sindicatos”, defendeu Tali Pires de Almeida, assessora da Secretaria Nacional de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“A gente tem uma expectativa muito grande de que o governo brasileiro sinalize propostas de implementação de acordo com a importância do programa de trabalho da transição justa. E mais que isso, que seja uma COP que tenha como princípio a defesa da democracia, que é algo muito caro mundo afora. Destaco a importância do diálogo social para a definição das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com participação social efetiva da classe trabalhadora, dos sindicatos”, defendeu Tali Pires de Almeida, assessora da Secretaria Nacional de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Acho importante incluirmos nesse debate as pessoas que estão no processo da 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que ocorre em junho, em Sevilha, Espanha. Acho que a rota para Belém passa por Sevilha. Uma semana depois de Bonn, na Alemanha, nós vamos ter esta conferência e é inevitável nós discutirmos lá também o financiamento climático. Sugiro uma rota Baku-Sevilha-Belém”, propôs Henrique Frota, diretor executivo da Associação Brasileira Organizações Não Governamentais (ABONG).
“Acho importante incluirmos nesse debate as pessoas que estão no processo da 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que ocorre em junho, em Sevilha, Espanha. Acho que a rota para Belém passa por Sevilha. Uma semana depois de Bonn, na Alemanha, nós vamos ter esta conferência e é inevitável nós discutirmos lá também o financiamento climático. Sugiro uma rota Baku-Sevilha-Belém”, propôs Henrique Frota, diretor executivo da Associação Brasileira Organizações Não Governamentais (ABONG).

Para além, Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), Observatório do Clima (OC) e Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) foram outras entidades participantes do encontro.

Fonte: Governo do Brasil – Portal COP30

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