Amapá dá exemplo ao Brasil com estratégia ambiental que une cultura e floresta

Em preparação para a COP30, estado aposta na sabedoria ancestral e no diálogo com comunidades tradicionais para enfrentar a crise climática de forma inovadora.

Por Vicente Crispino

O Amapá quer mostrar ao Brasil e ao mundo que a Amazônia tem voz, visão e soluções próprias para enfrentar a crise climática. Com a Conferência das Partes da ONU (COP30) marcada para 2025, em Belém (PA), o estado do Amapá, já se movimenta para ocupar posição de destaque no evento internacional.

Recentemente, o governo estadual promoveu um encontro com representantes do setor cultural, ouvindo propostas e narrativas que possam ser levadas à conferência. O gesto é parte de uma estratégia mais ampla: inserir o saber ancestral e a produção artística no centro do debate climático, conectando preservação ambiental e identidade local.

“Quando o meio ambiente é debatido apenas sob o viés técnico, perde-se uma parte essencial da equação, a humana.” Essa percepção norteia a escolha do Amapá de valorizar o conhecimento de comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas, reconhecendo essas populações como protagonistas na luta contra as mudanças climáticas.

A iniciativa está em sintonia com o que determina a Constituição Federal: o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos e um dever do poder público. No entanto, garantir esse direito exige mais do que medidas técnicas, demanda respeito e integração dos saberes tradicionais que brotam da floresta.

Outro diferencial é o planejamento. Ao se antecipar à COP30 com ações estratégicas e diálogo aberto, o Amapá demonstra maturidade política e compromisso com políticas públicas consistentes. A aposta na economia criativa como aliada da sustentabilidade reforça uma agenda inovadora para o desenvolvimento regional.

Mais do que políticas ambientais, o estado avança na construção da cidadania climática, incorporando cultura, ciência e sociedade civil às decisões estratégicas. Com isso, o Amapá envia um recado ao país: enfrentar a crise climática requer escuta ativa, diversidade e coragem para inovar.

Nesse caminho, o Amapá deve estar ao lado dos demais estados da Amazônia, compondo uma frente unida na defesa da floresta e de seus povos. Seu protagonismo não é apenas legítimo, é urgente e necessário para a construção de um futuro coletivo e sustentável.

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