COP30 em Belém: Marina Silva alerta para urgência climática e necessidade de transição energética
Ministra do Meio Ambiente destaca que a conferência não é um evento festivo, mas um momento crucial de enfrentamento à crise climática global.
Durante o simpósio “Conectando Clima e Natureza: Recomendações para Negociações Multilaterais”, realizado em Brasília, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou a seriedade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA) em 2025.
“Não é festa, é luta. Não é a Copa do Mundo, não é a Olimpíada, é uma COP, que a gente poderia dizer que vem em um momento em que estamos vivendo a pedagogia do luto e da dor por muitas coisas, inclusive pela ameaça ao multilateralismo, solidariedade e a colaboração entre os povos”, afirmou a ministra.
Marina ressaltou que os países signatários do Acordo de Paris devem apresentar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até a COP30, reforçando o compromisso global com a mitigação das mudanças climáticas. Segundo ela, sem um planejamento adequado, os impactos ambientais e sociais — como temporais, secas, incêndios e aumento do desemprego — serão inevitáveis.
“A gente vai ter que se planejar para uma transição justa para o fim do combustível fóssil, se não, a gente vai ser mudado. E já estamos sendo mudados”, declarou, ao enfatizar a urgência da transição energética para fontes limpas e sustentáveis.
A ministra também mencionou que, no ano anterior, o planeta atingiu a temperatura de 1,5ºC acima do período pré-industrial, o que evidencia a gravidade do cenário climático atual e reforça a necessidade de ações concretas e imediatas.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também participou do encontro e defendeu o protagonismo dos povos originários nas decisões sobre clima. Ela destacou o valor do conhecimento ancestral como parte da ciência necessária para enfrentar os desafios ambientais.
“Estamos preocupados, não com a quantidade, e, sim, com a qualidade, de como nós, povos indígenas, podemos fazer valer o que vem lá do Acordo de Paris, que é esse reconhecimento do conhecimento tradicional, do conhecimento indígena também como conhecimento científico”, afirmou Guajajara.
A realização da COP30 em Belém representa uma oportunidade histórica para o Brasil exercer liderança internacional nos debates sobre transição energética, preservação ambiental e o papel estratégico da Amazônia no equilíbrio climático global.
Com informações de: Agência Brasil (https://agenciabrasil.ebc.com.br)