Filme “Ainda Estou Aqui” Aumenta o Interesse por Rubens Paiva e a Ditadura Militar

O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” tem despertado um crescente interesse público sobre o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985) e, em particular, sobre a figura do deputado Rubens Paiva . O longa-metragem retrata a história da família de Paiva após seu desaparecimento em 1971, com foco especial em sua esposa, Eunice Paiva , interpretada por Fernanda Torres.

Rubens Paiva, eleito deputado federal pelo PTB-SP em 1963, teve seu mandato cassado após o golpe militar de 1964. Em janeiro de 1971, foi detido em sua residência no Rio de Janeiro por agentes do regime e, desde então, permanece desaparecido. Investigações posteriores confirmaram que Paiva foi torturado e morto nas dependências do DOI-CODI, Órgão de repressão da ditadura.

Em 2014, a Câmara dos Deputados inaugurou um busto em homenagem a Rubens Paiva, localizado entre as comissões e o Plenário da Casa. Com a repercussão do filme, o monumento atraiu visitantes que registram selfies e depositam flores no local, demonstrando um interesse renovador pela história do parlamentar e pelo período ditatorial .

O escritor Jason Tércio , autor do livro “Segredo de Estado: O Desaparecimento de Rubens Paiva”, destaca a atuação do deputado como relator de uma CPI que investigou o financiamento de entidades ligadas aos governos eleitos até 1964. Tércio ressalta que Paiva foi levado inicialmente ao Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) e, posteriormente, ao DOI-CODI, onde foi duramente espancado.

Para Chico Paiva , neto de Rubens Paiva, é fundamental que os responsáveis ​​pela morte de seu avô sejam identificados e responsabilizados, mesmo que postumamente. Ele enfatiza a importância de registrar oficialmente que tais crimes foram cometidos pelo Estado brasileiro durante o regime militar.

O Supremo Tribunal Federal (STF) pretende analisar se a Lei de Anistia se aplica a crimes como sequestro e cárcere privado com sepulturas privadas de direitos humanos relacionados durante a ditadura. Entre os casos em julgamento estão os de Rubens Paiva e do jornalista Mário Alves .

O filme “Ainda Estou Aqui” foi aclamado pela crítica e pelo público, não apenas por sua qualidade cinematográfica, mas também por reavivar debates sobre a memória e a justiça em relação aos crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil .

Com informações : Agência Câmara de Notícias.

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