Seminário sobre Racismo Ambiental: Olhando para Além do Nosso Quintal

Na última terça-feira, o Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi palco do início do seminário “Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?”. Promovido pela organização não governamental ActionAid, em colaboração com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), e com o apoio da Fundação Heinrich Böll e do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), o evento reuniu especialistas e ativistas para debater os impactos desiguais das mudanças climáticas.

A mesa de abertura foi marcada pela presença de Acácio Jacinto, gerente-executivo regional da EBC, que delineou a importância da comunicação pública na promoção da justiça climática. Jacinto ressaltou o compromisso da empresa em informar, educar e engajar a sociedade, reconhecendo o racismo ambiental como uma injustiça histórica que afeta desproporcionalmente comunidades de cor e de baixa renda.

Ao longo do dia, duas mesas de debates abordaram questões cruciais relacionadas ao tema. Na primeira delas, intitulada “Território de Partilha: produção de dados nas quebradas”, os participantes destacaram a necessidade de uma abordagem inclusiva na produção de dados, dando voz às comunidades afetadas. Naiara Ritam, do Instituto DuClima, compartilhou experiências e missões da organização, destacando a importância de colher indicadores diretamente das comunidades para uma visão estratégica e assertiva.

A segunda mesa, com o tema “Repensando uma educação ambiental antirracista: infância, juventude e clima”, trouxe à tona iniciativas voltadas para a educação inclusiva e de qualidade, especialmente para meninas em comunidades vulneráveis. Thuérzia Souza, ativista de apenas 16 anos, apresentou conquistas significativas em Cabo Santo Agostinho, destacando a importância da formação política para capacitar jovens a combater desigualdades de raça, gênero e classe.

O seminário “Racismo Ambiental” encerra sua programação nesta quinta-feira, com mais quatro mesas de debates que explorarão diferentes aspectos das desigualdades ambientais. Temas como defensoras da terra e do clima, mobilidade urbana, políticas públicas e a produção espacial do racismo ambiental serão discutidos, refletindo sobre a interseção entre questões climáticas, ambientais e sociais.

Em um momento em que a urgência climática se torna cada vez mais evidente, é fundamental reconhecer e confrontar as desigualdades ambientais que perpetuam o racismo e a exclusão. Eventos como esse seminário oferecem uma plataforma crucial para ampliar o diálogo, promover a conscientização e inspirar ações concretas em busca de um futuro mais justo e sustentável para todos.

Com informações da Agência Brasil.

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