Campanha Maio Laranja: Quebrando o Silêncio sobre o Abuso Infantil

Na manhã desta segunda-feira, 6 de maio, durante a abertura da programação Maio Laranja promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Tapanã, a dona de casa Mônica Belo expressou sua surpresa e gratidão diante de uma iniciativa crucial: falar sobre o abuso contra crianças. Mônica destacou a dificuldade em abordar esse tema delicado, ressaltando que muitas pessoas sofrem em silêncio, paralisadas pela vergonha e pelo medo, sem saber a quem recorrer.

A campanha Maio Laranja, instituída por meio da Lei Nº 14.432, de 3 de agosto de 2022, visa combater a violência contra crianças e adolescentes em todo o território nacional. O marco dessa campanha é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio em memória de Araceli Crespo, vítima de um crime sexual aos 8 anos de idade, em maio de 1973.

Durante as atividades na UBS do Tapanã, Mônica Belo participou de palestras e jogos lúdicos sobre prevenção e identificação do abuso sexual infantil. Como sobrevivente de abuso na infância, ela compartilhou sua experiência e a importância de orientar e educar os filhos sobre os perigos presentes nas ruas e no ambiente familiar e escolar.

A abordagem educativa do Núcleo de Promoção à Saúde (NUPS) da Sesma durante a campanha Maio Laranja concentrou-se em fornecer informações valiosas aos pais e mães presentes nas consultas, enfermarias e salas de vacinação. A distribuição de materiais didáticos, incluindo orientações sobre como identificar sinais de abuso e o contato do Disque 100 Denúncia, foi uma estratégia essencial para capacitar a comunidade a agir diante de situações de violência.

Maísa Gomes, referência técnica de Prevenção de Violência e Acidentes da Sesma, destacou a importância de denunciar o abuso nas primeiras 72 horas após o ocorrido para garantir a profilaxia e encaminhar as vítimas para redes de segurança pública e assistência social de forma integrada.

Os dados alarmantes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam a urgência desse combate: em 2023, 22.527 crianças e adolescentes foram vítimas de maus-tratos, com 60% das vítimas na faixa etária de 0 a 9 anos. No entanto, esses números podem ser ainda maiores devido à subnotificação desses crimes.

O evento na UBS do Tapanã destacou ainda a importância de estar atento aos sinais de perigo e de comunicar imediatamente qualquer suspeita de abuso a pais, professores ou pessoas de confiança. Gabriel de Paulo, coordenador da equipe de Educação em Saúde da Sesma, enfatizou que a campanha continuará em escolas de Belém, conscientizando sobre a prevenção do abuso infantil.

Além do abuso sexual, a negligência e o abandono também são formas graves de violência contra crianças, muitas vezes relacionadas a vulnerabilidades sociais como pobreza e uso de drogas. Portanto, é essencial que a sociedade como um todo se una para proteger os direitos das crianças e adolescentes e criar um ambiente seguro e acolhedor para o seu desenvolvimento.

Com informações da Agência Belém.

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