Aquecimento acelerado: Fevereiro é o mês mais quente já registrado
O mês de fevereiro estabeleceu um novo marco como o mês mais quente já registrado em todo o mundo, segundo dados divulgados pelo Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S), vinculado ao programa espacial europeu. Este fenômeno climático excepcional foi marcado por uma média global da temperatura do ar em fevereiro atingindo 13,54°C, uma cifra que supera em 0,81°C a média do mês para o intervalo entre 1991 e 2020, e em 0,12°C o anterior recorde estabelecido em 2016.
Este padrão de aquecimento não é um evento isolado; desde junho de 2023, cada mês sucessivo tem estabelecido um novo recorde de temperatura, destacando uma tendência alarmante de aquecimento global. Carlo Buontempo, diretor do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, enfatiza que o clima atual é uma resposta direta às concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, sinalizando a urgência de estabilizá-las para evitar novos recordes e suas consequências potencialmente devastadoras.
Em uma perspectiva mais ampla, a temperatura média global dos últimos 12 meses (março de 2023 a fevereiro de 2024) é a mais alta registrada, excedendo em 0,68°C a média de 1991-2020 e em 1,56°C a média pré-industrial (1850-1900). Especificamente na Europa, fevereiro foi 3,30°C mais quente do que a média do mesmo mês no período de referência de 1991-2020.
Além do continente europeu, anomalias de temperatura foram observadas em várias partes do mundo, incluindo o Norte da Sibéria, América do Norte, América do Sul, África e Oeste da Austrália. Apesar do fenômeno El Niño continuar a mostrar sinais de enfraquecimento no Pacífico equatorial, as temperaturas globais do ar marítimo permaneceram elevadas, com a temperatura média global da superfície do mar alcançando um pico inédito de 21,06°C em fevereiro.
O relatório também detalha variações na precipitação, destacando regiões que experimentaram um mês mais úmido ou mais seco do que a média. No Ártico, a extensão do gelo foi 2% inferior à média de fevereiro, refletindo uma contínua tendência de diminuição que, apesar de não ser a mais baixa em comparação com anos recentes, sinaliza uma redução significativa em relação às décadas anteriores.
Este cenário reforça a necessidade de ações imediatas e coordenadas em nível global para enfrentar as alterações climáticas, um dos maiores desafios do nosso tempo.
Com informações da Agência Brasil.