Belém sediará projeto piloto de planejamento urbano do Ministério da Ciências e Tecnologia e ONU
Belém será uma das sedes do Programa Citnova II, coordenado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a ONU Meio Ambiente no Brasil. O programa foi apresentado aos representantes do Fórum Municipal de Mudanças Climáticas e terá projeto piloto com base em apenas três cidades brasileiras, entre elas, Belém.
O Citnova II atua com planejamento e desenvolvimento urbano sustentáveis, mudanças climáticas e sociobiodiversidade para investimentos em tecnologias inovadoras, com foco na mitigação de problemas sociais e ambientais históricos das cidades brasileiras.
“O desafio do programa é discutir a possibilidade e oportunidade de elaboração e implementação de planejamento e investimentos integrados, promovidos por intercâmbios entre governos, sociedade civil e financiadores, de modo a gerar mapas de orientação e sinalizações concretas à governança nos territórios de processos de implementação de estruturas e gestão política estratégica para planejar o futuro das cidades com necessidade de inovações para enfrentar o debate climático”, explica a representante do MCTI, Marcela Aboim.
A secretária executiva do Fórum, Marinor Brito, colocou o coletivo à disposição do MCTI para ajudar a organizar fóruns de debate e contribuir tecnicamente com os projetos. Assim como o coordenador do Fórum destacou o trabalho de estudos já consolidados, pela Universidade Federal Rural da Amazônia, sobre demandas, diagnósticos e soluções para agricultura urbana em Belém.
Estratégia
A representante da Agência Aries – de inovação e estratégia para o futuro das cidades, Mariana Pontes, apresentou um modelo de projeto piloto desenvolvido na cidade de Recife. Ela explicou que é uma marca da construção de um plano de desenvolvimento urbano sustentável, participação social, mobilização das organizações comunitárias. “É dos territórios que as pessoas podem narrar e contribuir para pensarmos numa gestão participativa de um plano das municipalidades”.
Representantes de movimentos sociais locais apresentaram demandas para temas de trabalho nos territórios para as próximas etapas de articulação em Belém. Fátima Matos e Nilma Bentes do movimento de mulheres e movimento negro, respectivamente, ressaltaram a necessidade de um plano com investimentos e tecnologias inovadoras para futuro de Belém, a partir da diversidade étnico-racial com ênfase em territórios periféricos.
O coletivo Nossa Voz de culturas indígenas, representado por Nice Tupinambá, destacou a necessidade de priorização do debate sobre as populações rurais, das ilhas e que atuam na cadeia produtiva do açaí e pescado e que isso possa gerar uma pauta sobre o futuro da alimentação das pessoas na cidade e os mercados produtores e cenários de exportação como fator de desenvolvimento de Belém.
Representante das instituições de pesquisa, Homero Júnior resumiu informações sobre diagnóstico de áreas de risco, cerca de 135, que exigem especial atenção em Belém, assim como o mapa de áreas subterrâneas, que coloca no centro de debate as águas, como necessidade humana e como direito, como também destacou, Mãe Gys de Nanã, representando os povos de matriz africana.
A equipe do MCTI voltará a Belém para estabelecer relações de trabalho, por meio de um comitê, que deve ter representações de governos, sociedade civil e do Fórum Municipal de Mudanças Climáticas.
Fonte Agência Belém.