O futuro do diagnóstico de Alzheimer com análises de sangue

A revolução no diagnóstico da doença de Alzheimer pode estar mais próxima do que imaginamos, graças a avanços significativos na análise sanguínea. Um estudo recente, conduzido por Nicholas Ashton da Universidade de Gotemburgo, em colaboração com pesquisadores do Reino Unido, aponta para um futuro onde o diagnóstico de demência poderá ser realizado de maneira rápida e não invasiva.

Este avanço, financiado por um projeto de 5 milhões de libras, tem potencial para transformar o processo de diagnóstico no Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, prometendo resultados em segundos dentro dos próximos cinco anos.

A pesquisa avaliou um teste sanguíneo comercial, já disponível no mercado, que mede a proteína p-tau217 – um biomarcador chave nas alterações cerebrais associadas ao Alzheimer. Este teste, conhecido como ALZpath, demonstrou ser tão eficaz quanto métodos mais invasivos e dispendiosos, como punções lombares e exames de imagem cerebral.

O estudo, publicado na revista Jama Neurology, envolveu a análise de dados de ensaios clínicos nos Estados Unidos, Canadá e Espanha, com um total de 786 participantes. Os resultados foram promissores: a análise sanguínea provou ser tão precisa quanto os testes baseados em punções lombares e superior às avaliações de atrofia cerebral na detecção do Alzheimer.

David Curtis, professor honorário do Instituto de Genética da UCL, sugere que tais testes poderiam ser utilizados para rastrear a população acima de 50 anos, da mesma maneira que se monitora o colesterol elevado. No entanto, Nicholas Ashton adverte sobre a necessidade de cautela, especialmente porque ainda não está claro se os tratamentos para Alzheimer são eficazes em pessoas sem sintomas.

Richard Oakley, da Alzheimer’s Society, vê este estudo como um passo importante. Ele destaca que as análises de sangue podem substituir os métodos mais invasivos e caros, acelerando o processo de diagnóstico. Contudo, ele enfatiza a necessidade de mais pesquisas, especialmente em diferentes comunidades, para garantir a eficácia desses testes em todos os indivíduos afetados pela doença.

Em suma, estamos diante de uma mudança paradigmática no diagnóstico da doença de Alzheimer. A análise sanguínea, com sua simplicidade e precisão, abre novas portas para o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo desta condição debilitante, prometendo um futuro onde a demência pode ser detectada e tratada com maior eficiência e humanidade.

Com informações da Agência Brasil.

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