Racismo Ambiental: A Invisibilidade e o Impacto nas Comunidades Minoritárias
Em meio às comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, levanta-se um tema urgente e muitas vezes negligenciado: o racismo ambiental. Esta expressão, que pode não ser familiar a todos, denota uma realidade onde comunidades étnicas e minoritárias são desproporcionalmente afetadas por desastres ambientais e negligenciadas em políticas públicas ambientais.
Benjamin Franklin Chavis Jr, uma voz ativa pelos direitos civis, define o racismo ambiental como a “discriminação racial no direcionamento deliberado de comunidades étnicas e minoritárias para exposição a locais e instalações de resíduos tóxicos e perigosos, juntamente com a exclusão sistemática de minorias na formulação, aplicação e remediação de políticas ambientais”. As raízes deste fenômeno remontam ao racismo estrutural e à história de segregação, que ainda hoje se reflete na distribuição desigual dos efeitos da crise climática.
Lana Marx, especialista de Diversidade, destaca a necessidade de reconhecer as escolhas deliberadas no planejamento urbano que afetam comunidades periféricas, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Ela aponta a importância de questionarmos as raízes históricas das mudanças climáticas e reconhecermos os grupos mais impactados.
Por sua vez, Thais Santos, química e educadora, co-fundadora da Comunidade Cultural Quilombaque e conselheira do WWF-Brasil, enfatiza que negligenciar os direitos constitucionais de comunidades tradicionais e povos originários constitui uma forma de racismo ambiental. Ela ressalta a necessidade de racializar o debate ambiental para visualizar claramente quem são as vítimas desse sistema.
Neste Mês da Consciência Negra, e em todos os meses, é crucial manter o racismo ambiental em discussão, buscando compreender suas várias dimensões e ouvir os grupos afetados. O objetivo é construir um futuro mais justo, saudável e harmonioso, saindo da zona de conforto que serve apenas a alguns.
Com finformações da WWF Brasil.