Estudo prevê aumento dramático em mortes por calor até 2050
O mundo está enfrentando um aumento alarmante nas mortes causadas pelo calor extremo, com previsões indicando um incremento de cinco vezes nos óbitos até 2050. Uma análise recente do Lancet Countdown, divulgada na última quarta-feira, retrata um futuro próximo sombrio, enfatizando uma emergente crise de saúde pública.
O relatório sublinha que o calor extremo afeta a vida em diversas esferas. As secas, com tendência a se tornarem mais frequentes, e a proliferação de mosquitos portadores de doenças são alguns dos efeitos diretos. Estes fenômenos representam não só preocupações ambientais, mas também sérias ameaças à saúde pública global.
De 1991 a 2022, observou-se um acréscimo de 85% no número de idosos que faleceram devido ao calor. Marina Romanello, diretora executiva do Lancet Countdown, alerta que estes dados podem representar apenas uma pequena parte de um futuro perigosamente aquecido
Prevê-se que, mesmo com um aumento de apenas dois graus Celsius até o final do século, abaixo das estimativas atuais, as mortes por calor extremo poderiam aumentar em 370% até 2050. Essa projeção destaca a urgência de ações climáticas efetivas.
As populações dos países mais pobres, geralmente menos responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, enfrentam impactos desproporcionais na saúde. Georgiana Gordon-Strachan, do Lancet Countdown, ressalta essa injustiça climática.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, líder da Organização Mundial da Saúde, critica fortemente a falha global em abandonar os combustíveis fósseis, o que deixa comunidades vulneráveis excluídas da necessária transição energética.
Em 2023, o Brasil já enfrenta um dos anos mais quentes desde a década de 1960, com ondas de calor extremo impactando 15 estados. O fenômeno El Niño, juntamente com o aquecimento global, são identificados como causas principais. O Inmet classifica 2023 como o ano de maior desvio de temperatura desde 1961, com setembro apresentando recordes significativos.
Os dados do Lancet Countdown e do Inmet demonstram a necessidade imperativa de uma resposta global coordenada e contínua ao aquecimento global. É essencial não apenas conscientização, mas também a implementação de ações concretas para mitigar os efeitos devastadores das mudanças climáticas, como o investimento em energias renováveis e políticas de adaptação climática.
Com informações do Olhar Digital.
