Preparação para a COP-28 destaca insuficiências do Brasil
Em um recente seminário realizado na Câmara, especialistas e autoridades debateram os esforços do Brasil em relação à redução das emissões de gases do efeito estufa. A avaliação predominante foi de que as ações tomadas até o momento são insuficientes para atender às metas estabelecidas em acordos internacionais, como o Acordo de Paris. Este encontro serviu como preparação para a COP-28, a convenção do clima que ocorrerá em Dubai nos próximos meses.
Hugo do Valle Mendes, representante do Ministério do Meio Ambiente, destacou que as políticas atuais dos países resultariam em um aumento de temperatura global de 2,8 graus Celsius. Isso está bem acima da meta do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento a 1,5 grau Celsius. Cláudio Ângelo, do Observatório do Clima, reforçou essa visão, afirmando que os esforços atuais são “altamente insuficientes”.
A questão da credibilidade internacional do Brasil também foi abordada. Maiara Folly, da Plataforma Cipó, questionou a mensagem que o Brasil deseja transmitir ao mundo. Ela contrastou a postura de seguir o “marco temporal das terras indígenas” com a promoção de energias renováveis e a demarcação de terras indígenas.
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) ressaltou a importância do Brasil como parte da solução para a crise climática. Ela enfatizou a necessidade de não apenas buscar financiamento externo, mas também de assumir responsabilidades internas, especialmente no Congresso.
A transição energética foi outro tópico de destaque. Gustavo Santos Masili, do Ministério de Minas e Energia, apresentou dados otimistas sobre a participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira. No entanto, Nicole Oliveira, do Instituto Internacional Arayara, apontou retrocessos e desafios, especialmente em relação à crescente dependência do gás.
O seminário concluiu com um chamado à ação, com o deputado Nilto Tatto (PT-SP) enfatizando a importância de os parlamentares estarem bem preparados para a próxima COP e de se comprometerem verdadeiramente com as metas climáticas.
Com informações: Agência Câmara de Notícias