Câmara aprova acordo de adesão do Brasil à Organização Europeia para Pesquisa Nuclear
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 169/23, que ratifica o acordo entre o Brasil e a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) para a adesão do país como membro associado. Esta parceria estratégica promete abrir portas para pesquisadores e empresas brasileiras, permitindo-lhes acesso ao maior laboratório de física de partículas do mundo, localizado na fronteira franco-suíça.
A adesão como membro associado traz inúmeros benefícios para o Brasil. Além de fortalecer a cooperação científica internacional, permitirá o desenvolvimento de tecnologias avançadas em áreas como indústria 4.0, setor aeroespacial, tecnologias emergentes e isótopos de saúde. O CERN, fundado em 1954, é reconhecido por abrigar o maior acelerador de partículas do mundo, uma ferramenta essencial para pesquisas sobre a estrutura fundamental do átomo.
Com este acordo, o Brasil não apenas solidifica sua posição no cenário científico global, mas também garante direitos significativos dentro da organização. O país poderá participar ativamente do programa científico da CERN, bem como de seus programas educacionais e de treinamento. Embora não tenha direito a voto nas reuniões do conselho e do comitê financeiro, o Brasil poderá enviar um representante como observador às reuniões do Comitê de Política Científica.
É notável que o Brasil será o primeiro país do continente americano a obter o status de associado à CERN, juntando-se a potências como Reino Unido, Suíça, Índia, Paquistão e Turquia. Esta adesão também promete impulsionar projetos científicos nacionais, como o Sirius, o acelerador de partículas brasileiro que realiza pesquisas em áreas estratégicas.
Economicamente, o acordo é igualmente benéfico. Empresas brasileiras terão a oportunidade de fornecer produtos e serviços para a CERN, em um mercado de licitações avaliado em cerca de 500 milhões de dólares anuais. Além disso, o Brasil, que detém 98% da reserva mundial de nióbio, mineral raro, poderá atender parte da demanda da organização por ímãs supercondutores que utilizam este minério no acelerador de partículas.
No entanto, a parceria também implica responsabilidades financeiras. O Brasil decerá contribuir anualmente com um valor estimado em 13 milhões de dólares, oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Este investimento, no entanto, promete retornos significativos, tanto em termos de avanços científicos quanto de benefícios econômicos.
Com informações da Agência C6amara.