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Tesouro nacional anuncia projetos sustentáveis

Meio ambiente receberá até 60% dos recursos de títulos verdes.

Em uma iniciativa pioneira e estratégica, o Brasil se prepara para realizar, até o início do próximo ano, sua primeira emissão de títulos soberanos sustentáveis no cenário internacional. Segundo informações divulgadas pelo Tesouro Nacional, entre 50% e 60% dos recursos obtidos serão direcionados a projetos voltados para o meio ambiente, enquanto os 40% a 50% restantes serão alocados em iniciativas sociais. Este movimento financeiro não apenas reforça o compromisso do país com práticas sustentáveis e sociais, mas também se alinha a uma tendência global de investimentos verdes e socialmente responsáveis.

A distribuição detalhada dos recursos, conforme compartilhado pelo Tesouro, será meticulosamente alocada em oito segmentos distintos, sendo seis deles dedicados à área ambiental e dois à área social. Nos projetos ambientais, as porcentagens são distribuídas entre transporte limpo, energia renovável, biodiversidade, gestão sustentável, adaptação climática e controle de emissões. Já na esfera social, o foco recai sobre o combate à pobreza e a segurança alimentar, com sublimites estabelecidos para garantir uma distribuição equitativa e estratégica dos recursos.

Ainda que o Tesouro Nacional não tenha divulgado oficialmente uma estimativa do montante que pretende arrecadar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou durante uma viagem a Nova York que o objetivo é levantar aproximadamente US$ 2 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 10 bilhões pelo câmbio atual. Os títulos verdes, como são conhecidos, estão vinculados a compromissos ambientais, proporcionando aos investidores estrangeiros não apenas retornos financeiros, mas também rendimentos provenientes de projetos sustentáveis, com taxas de retorno situando-se entre 6,15% e 8%.

A primeira emissão de títulos, que inicialmente estava prevista para setembro, agora é esperada para ocorrer ao longo do segundo semestre, embora o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, não tenha descartado a possibilidade de um adiamento para o início de 2024, dependendo da “janela de mercado” mais oportuna. Este adiamento, se ocorrer, será estrategicamente calculado para maximizar o impacto e o sucesso da emissão dos títulos no mercado internacional.

A transparência e a prestação de contas são pilares centrais desta iniciativa. O Tesouro Nacional enfatizou que futuros ajustes nos sistemas de execução orçamentária permitirão ampliar a visibilidade de todas as políticas ambientais e sociais em andamento. Além disso, favorecerão a clareza no processo de emissão de títulos sustentáveis e no subsequente processo de reporting, garantindo que os investidores estrangeiros possam receber relatórios detalhados e transparentes sobre o uso dos recursos e o progresso dos projetos financiados.

Com informações da Agência Brasil.

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