Energia limpa: Brasil mira os ventos marítimos

Nas dunas do Nordeste brasileiro, turbinas eólicas já fazem parte do cenário, convertendo a força dos ventos em energia elétrica. Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sugere que em breve, turbinas semelhantes também dominarão a paisagem marítima, aproveitando ventos mais consistentes e velozes. Esta inovação tem o potencial de multiplicar por 3,6 a capacidade total de produção de energia elétrica do Brasil, fortalecendo a transição para fontes renováveis.

O estudo, intitulado “Oportunidades e Desafios para Geração Eólica Offshore no Brasil e a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono”, foi apresentado em Brasília durante o evento “Diálogo Pré-COP 28: O Papel da Indústria na Agenda de Clima”. Este evento contou com a participação de representantes industriais, governamentais e da sociedade civil, discutindo temas relacionados à próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP) em Dubai.

Em 2021, a capacidade global instalada para geração eólica offshore era de 55,9 gigawatts (GW), concentrada principalmente na China e Europa. A expectativa é que essa capacidade alcance 260 GW em 2030 e 316 GW em 2040, com investimentos projetados de até US$ 1 trilhão. O Brasil tem potencial para atingir 700 GW, superando em muito a capacidade atual do Sistema Interligado Nacional.

A transição para fontes de energia mais limpas é crucial para o Brasil cumprir o Acordo de Paris, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A energia eólica offshore é vista como um passo vital nessa direção. Além disso, o Brasil tem potencial para se tornar um líder na produção de hidrogênio verde, um combustível limpo gerado a partir de fontes renováveis.

O Brasil é reconhecido pela CNI como um forte competidor no mercado global de energia eólica offshore. A possibilidade de exportar hidrogênio verde para outros países é vista como uma grande oportunidade, especialmente para a região Nordeste. No entanto, a regulamentação adequada é essencial para garantir a segurança jurídica e atrair investimentos.

Empresas com experiência em operações offshore, como a Petrobras, estão mostrando interesse neste setor emergente. A estatal brasileira já firmou parcerias para avaliar projetos de eólica offshore, vislumbrando um futuro mais sustentável.

Com informações da Agência Brasil.

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