Abin liga atos de janeiro ao garimpo ilegal no Pará
Empresários e políticos do Pará envolvidos em atividades ilícitas e manifestações antidemocráticas após eleições.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) recentemente descobriu evidências que ligam os eventos ocorridos em 8 de janeiro ao garimpo ilegal. Um relatório datado de 2 de março de 2023, ao qual o Congresso em Foco teve acesso, detalha que uma inspeção de equipamentos usados no garimpo ilegal em uma área de proteção ambiental no Pará possibilitou a identificação de uma rede de empresas e empresários. Estes não estavam apenas envolvidos em atividades ambientais ilícitas, mas também no financiamento de manifestações que desafiavam a democracia, em resposta aos resultados das eleições presidenciais do ano anterior.
O documento aponta que os empresários Roberto Katsuda e Enric Lauriano têm ligações diretas com o garimpo ilegal no estado do Pará. Além disso, eles mantêm relações com políticos e uma rede de apoiadores da prática ilícita, bem como com o ex-presidente Jair Bolsonaro naquela região. Katsuda é identificado como diretor da Cooperativa Mista de Mineradores do Alto Tapajós, a Cooperalto, situada no sudoeste do Pará. Esta cooperativa é uma das mais influentes associações de garimpeiros na área entre Itaituba e Jacareacanga. De acordo com o relatório, a associação se reuniu com diversas autoridades políticas para promover o Projeto de Lei 191/2020, que visa facilitar o garimpo em territórios indígenas.
Com informações do Congresso em Foco.