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Brasil lidera perda global de florestas tropicais primárias

Desmatamento cresce no Brasil sob Bolsonaro, mas esperança surge com novas promessas do governo Lula.

Em 2022, as florestas tropicais primárias enfrentaram um aumento significativo em sua perda, tanto no Brasil quanto globalmente. Dados recentes da Universidade de Maryland, disponibilizados na plataforma Global Forest Watch (GFW) do WRI, revelam que os trópicos sofreram uma perda de 10% a mais de florestas primárias em comparação com o ano anterior. No entanto, o Brasil, que já lidera a lista de países com a maior perda de florestas, viu esse número crescer em 15%. Isso significa que quase metade (43%) da perda global de florestas tropicais primárias em 2022 ocorreu no Brasil.

A maior parte dessa perda no Brasil ocorreu na Amazônia, com as perdas não relacionadas a incêndios, principalmente devido ao desmatamento, atingindo seu pico desde 2005. Esse aumento na taxa de perda de florestas primárias coincidiu com o último ano da administração do presidente Jair Bolsonaro. Durante seu mandato, houve uma redução nas proteções ambientais, desestruturação das agências de fiscalização e tentativas de enfraquecer os direitos indígenas. No entanto, com a reeleição do Presidente Lula em 2023, espera-se uma mudança nessa tendência. O novo governo prometeu erradicar o desmatamento na Amazônia e em outros biomas brasileiros até 2030, focando em desenvolvimento econômico sustentável.

O Brasil, especificamente a região oeste da Amazônia, viu uma aceleração na perda de florestas primárias. Os estados do Amazonas e Acre registraram algumas das maiores taxas de perda já vistas. O desmatamento em grande escala, provavelmente para pastagens de gado, ao lado das rodovias existentes, é a principal causa dessa perda. Além disso, vários territórios indígenas na Amazônia brasileira também sofreram perdas em 2022, com territórios como Apyterewa, Karipuna e Sepoti enfrentando níveis recordes de invasões de terra. No entanto, é importante notar que os territórios indígenas no Brasil ainda têm uma taxa de desmatamento significativamente menor em comparação com terras gerenciadas por outros agentes.

Por que se importar com as florestas? 

As florestas são ecossistemas essenciais na luta contra as mudanças climáticas, auxiliando a subsistência e protegendo a biodiversidade.  

Clima: como o mundo enfrenta um “aviso final” da crise climática, a redução do desmatamento é uma das medidas sobre uso da terra com melhor custo-benefício para mitigar mudanças climáticas. As florestas são tanto fontes como sumidouros de carbono, removendo o dióxido de carbono do ar quando estão em pé ou em crescimento e emitindo-o quando desmatadas ou degradadas.  

Bem-estar humano: cerca de 1,6 bilhão de pessoas, incluindo quase 70 milhões de povos indígenas, dependem dos recursos florestais para sua subsistência. O desmatamento, especialmente nos trópicos, também afeta as temperaturas e as chuvas locais de forma que pode agravar os efeitos locais da mudança climática global, com consequências para a saúde humana e para a produtividade agrícola. 

Biodiversidade: as florestas abrigam a maior biodiversidade de todos os ecossistemas da Terra. O Quadro global de biodiversidade estabelecido em 2022 enfatiza a necessidade de interromper e reverter a perda de ecossistemas naturais, incluindo florestas.

Com informações do Global Forest Watch (GFW) do WRI.

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