Cartão postal sustentável? A maquiagem de Belém questionada
Belém, a capital do Pará, foi escolhida como sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), que acontecerá em 2025. Desde o anúncio, foram prometidas diversas mudanças que impactariam positivamente a vida dos habitantes, incluindo reurbanização, requalificação de vias, mudanças no transporte público, e construção de novas áreas de lazer e turismo. No entanto, a realidade parece estar longe das promessas.
A cidade está sendo preparada para receber a maior conferência do clima, mas a população local não está satisfeita com as transformações. A área nobre da cidade, conhecida como Polígono COP-30, está recebendo as mudanças prometidas, enquanto 83% da população ainda não tem acesso a saneamento básico, e 15% não tem coleta de lixo.
O evento “Diálogos Amazônicos”, que antecede a Cúpula da Amazônia, revelou que as mudanças prometidas estão longe de serem realizadas. A população, antes esperançosa, agora usa memes para expressar sua frustração. A cidade parece estar sendo maquiada para mostrar um cartão postal sustentável que não é real, em vez de dialogar com os moradores.
A situação é ainda mais complicada pela falta de hospedagem para os participantes da conferência e pelos planos de dragagem do rio, que poderiam afetar a população ribeirinha. Além disso, grandes corporações, como a Vale, responsável por grandes catástrofes ambientais no Brasil, tomaram o evento como sua maior investidora.
A promessa de um legado sustentável para Belém parece estar se desvanecendo, e a cidade enfrenta o desafio de equilibrar as necessidades de seus habitantes com as demandas da conferência internacional.
Com informações da Folha de São Paulo.