A luta do Cacique Raoni pela preservação da floresta
“Foi nessa área que eu nasci”, declarou o Cacique Raoni, uma figura emblemática na luta indígena no Brasil e reconhecida globalmente. Nascido na década de 30, Raoni vive na Terra Indígena Capoto/Jarina, no Mato Grosso, junto a aproximadamente 400 pessoas. Sua vida, repleta de encontros com figuras históricas como Marechal Rondon e Juscelino Kubitschek, é um testemunho de resistência e luta pelos direitos indígenas.
Atualmente, uma das principais preocupações de Raoni é o garimpo no território Kayapó. Em um voo recente sobre a área, ele pôde observar o estrago causado pela atividade ilegal. Os Kayapó, juntamente com os Yanomami e Munduruku, são os povos mais afetados pelo garimpo no Brasil, com mais de 750 quilômetros de rios contaminados ou assoreados.
A destruição causada pelo garimpo é irreversível, segundo Raoni. A atividade, apesar de não causar grandes desmatamentos, mata rios, contamina a região e condena a área afetada a uma morte difícil de reverter. O cenário é desolador, com enormes áreas marrons, recortadas por pequenas piscinas com os rejeitos da atividade, e sem vida.
A situação é agravada pela migração do garimpo para o norte do território, onde a atividade está em pleno funcionamento. A contaminação afeta diretamente os Kayapó que vivem na região, utilizando a água marrom para beber, cozinhar e se banhar.
Raoni, com a ajuda de outras lideranças Kayapó, pede a união de todos contra a destruição e ações concretas do governo para apoiar seu povo. Ele acredita firmemente que é possível combater o garimpo e valorizar a economia da floresta em pé.
O desafio é atual e urgente. É necessário superar o modelo econômico destrutivo e encontrar uma alternativa que conviva com a floresta e desconcentre a renda que perpetua a pobreza e alimenta o garimpo. O Chamado do Cacique Raoni ressoa como um apelo ao coração de cada um de nós, em um momento em que o planeta enfrenta crises ambientais sem precedentes.
Aos mais de 90 anos, Raoni ensina que o tempo é agora, e que a luta deve continuar, firme, serena e forte, sem jamais desistir.
Com informações do Greenpeace.
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