Meio Ambiente

Cúpula da Amazônia focará em metas comuns de desmatamento

Representantes de oito países discutirão metas de desmatamento e assinarão tratado conjunto.

A ministra Maria Angela Ikeda, diretora do departamento de meio ambiente do Itamaraty, anunciou na terça-feira (1º) que a próxima Cúpula da Amazônia terá como objetivo estabelecer metas comuns de desmatamento para os países membros da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). O evento, que acontecerá em Belém, capital do Pará, reunirá representantes dos oito países que possuem o bioma em seus territórios, além de outros convidados, e culminará na assinatura de um tratado conjunto.

A questão do desmatamento é complexa e gera diferentes posições entre os países, alguns com metas próprias para erradicar o desmatamento, enquanto outros não. A anfitriã da cúpula, a ministra Ikeda, expressou o ideal de alcançar o desmatamento zero na região, um objetivo que, segundo ela, seria do interesse de todos. Essa meta já foi defendida pelo presidente Lula (PT), mas ainda não há consenso entre os países amazônicos.

Além do desmatamento, o texto do tratado também abordará o petróleo e os combustíveis fósseis, embora haja incerteza sobre o tom que será adotado. Durante uma reunião preparatória, o Brasil evitou o tema, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs um acordo para interromper novos projetos de exploração de petróleo, uma proposta que ainda não recebeu apoio explícito do Brasil.

A Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de julho, também discutirá questões como infraestrutura, mineração e economia como um todo. A embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, secretária do Itamaraty para América Latina e Caribe, enfatizou a necessidade de considerar a participação social e o crime organizado, aspectos que não eram tão relevantes quando a OTCA foi criada.

A cúpula enfrenta o dilema de equilibrar a redução do desmatamento, o principal complicador para a redução dos gases de efeito estufa no Brasil, com as necessidades energéticas, que ocupam esse papel no restante do mundo. O tratado e o evento seguirão eixos como respeito aos direitos humanos, combate à discriminação, abordagens intercultural e intergeracional, e soberania nacional.

A ministra Ikeda reforçou a importância da soberania dos oito países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) sobre as ações no bioma, afirmando que, embora estejam abertos a cooperação financeira externa, a gestão é de responsabilidade desses países.

Com informações de Acessa.

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