Brasil

Desmatamento cai na amazônia, mas aumenta no cerrado

Ações de controle reduzem desmatamento na Amazônia, enquanto cerrado vê aumento de 21%.

Nos últimos seis meses, a Amazônia tem experimentado uma queda significativa no desmatamento, com uma redução de 33% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esta redução é atribuída às ações de comando e controle do desmatamento implementadas pelo governo federal. Em contraste, o Cerrado, um bioma com proteção ambiental mais frágil, tem visto um aumento de 21% no desmatamento.

Os alertas de desmatamento acumulados na Amazônia nos primeiros seis meses de 2023 atingiram 2.649 km², uma área significativamente menor em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em junho, a queda na área detectada de desmatamento foi de 41% em relação a junho de 2022. O ministério destaca a queda de 55,2% nos alertas no Amazonas, um dos focos de combate à destruição no período.

No entanto, no Cerrado, a situação é mais preocupante. Nos primeiros seis meses de 2023, o bioma teve um aumento de 21% em comparação ao mesmo período em 2022. A maioria dos alertas de desmatamento foram registrados nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Apesar do aumento, o ministério sinaliza uma possível desaceleração da destruição no bioma. Em junho, houve uma redução de 15% dos alertas em relação a junho de 2022. No entanto, os próximos meses serão cruciais para avaliar se essa tendência persiste, já que estamos entrando no período de seca, quando historicamente ocorrem os maiores registros de alertas de desmatamento e queimadas no bioma.

Especialistas de conservação do WWF-Brasil enfatizam a urgência de um plano robusto para o Cerrado, semelhante ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que tem sido eficaz na Amazônia. Eles argumentam que o desmatamento no Cerrado está principalmente associado à expansão da produção de commodities agrícolas e que a reversão do cenário de desmatamento beneficiaria não só a sociedade em geral, mas também o setor agropecuário, que está sendo afetado pelas mudanças climáticas e pelo desmatamento.

O desmatamento também é a principal fonte de gases de efeito estufa no Brasil, sendo responsável por cerca de 49% das emissões do país. Portanto, reverter a devastação no Cerrado é fundamental para que o Brasil cumpra a meta de reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030.

Além disso, a Amazônia tem visto um aumento nas queimadas nos últimos dois anos, com um aumento de 10% em comparação ao primeiro semestre do ano passado e de 30% em comparação ao mesmo período em 2021. O acumulado de focos de queimadas no primeiro semestre de 2023 é o terceiro maior da última década, perdendo apenas para 2016 e 2019.

Com informações do WWF Brasil.

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