Presidente da COP28 Exige Honestidade Brutal na Luta Contra as Mudanças Climáticas
Sultan al-Jaber, o novo presidente da Conferência das Partes (COP28) da ONU, afirmou que os países participantes da cúpula do clima deste ano precisam encarar o quanto estão atrasados em relação às metas de mudança climática e concordar com um plano para entrar no caminho certo. O anúncio foi feito durante a apresentação do plano dos Emirados Árabes Unidos para a cúpula, que será realizada em Dubai em novembro.
Al-Jaber ressaltou que o evento também deve render metas internacionais para triplicar a energia renovável, dobrar a economia de energia e a produção de hidrogênio até 2030. “Precisamos ser brutalmente honestos sobre as lacunas que precisam ser preenchidas, as causas profundas e como chegamos aqui hoje”, afirmou Jaber em uma reunião em Bruxelas de ministros e autoridades de países como Brasil, China, Estados Unidos e membros da União Europeia. “Então precisamos aplicar uma resposta abrangente, voltada para o futuro e orientada para ações para abordar essas lacunas de forma prática”, disse ele.
A COP28 será a primeira avaliação formal do progresso dos países em direção à meta do Acordo de Paris de limitar a mudança climática a 1,5 grau Celsius de aquecimento. As atuais políticas e promessas dos países não atingiriam esse objetivo. “Não podemos fazer um balanço sem sentido. Trata-se da responsabilidade de nossas atualizações anteriores, presentes e futuras”, disse o ministro canadense do Clima, Steven Guilbeault, na reunião de quinta-feira.
A avaliação na COP28 – conhecida como Global Stocktake – aumentará a pressão sobre os principais emissores para atualizar suas ações no sentido de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Jaber disse que todos os governos devem atualizar suas metas de redução de emissões até setembro, o que os Emirados Árabes Unidos fizeram no mês passado.
Jaber, que também é chefe da ADNOC, empresa estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, afirmou que a COP28 visa estabelecer ainda um fundo prometido para compensar os países mais pobres onde as mudanças climáticas estão causando danos irreparáveis. Os países finalmente concordaram nas negociações climáticas da ONU do ano passado em formar o fundo de “perdas e danos” – mas deixaram as decisões mais difíceis para depois, incluindo quais países deveriam pagar por ele.
Com informações do Globo.com