Cúpula da Amazônia: Definindo o futuro da floresta

Aqui em Belém, no coração da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, a expectativa é palpável. A cidade está se preparando para sediar uma reunião de importância global: a Cúpula da Amazônia. Líderes políticos dos oito países que compartilham a Amazônia, além da França, em função da Guiana Francesa, são aguardados para discutir o futuro deste ecossistema vital. Além disso, convites foram estendidos à Indonésia e aos dois Congos, países que abrigam as outras grandes florestas tropicais do mundo.

Para os ambientalistas da América do Sul, a Cúpula da Amazônia tem o potencial de ser um marco no combate à mudança climática e à crise de perda de biodiversidade. Três pontos principais estão em jogo: a revitalização do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), a eliminação do desmatamento até 2030 e a expansão das áreas protegidas.

O TCA, firmado em 1978, nunca teve uma função operacional clara. Mais de 50 organizações da sociedade civil brasileira estão pedindo aos líderes dos países signatários do Tratado que estabeleçam um acordo específico para evitar o colapso deste ecossistema, o chamado tipping point. A sociedade civil brasileira, no âmbito do Observatório do Clima, deve submeter um pedido formal à Organização do TCA durante a Cúpula para que o acordo passe a impulsionar políticas específicas para impedir o colapso do bioma.

Além disso, o pedido deve indicar ações específicas, como combate a crimes transfronteiriços e queimadas, fomentos à bioeconomia e à cooperação técnica e científica, o reconhecimento dos saberes tradicionais e a criação de um banco de dados da biodiversidade, com mecanismos de proteção contra biopirataria.

O segundo ponto crucial é o compromisso claro para eliminar o desmatamento até 2030, já previsto na meta climática brasileira. Este é um passo essencial para garantir a sobrevivência da floresta amazônica e a manutenção de sua biodiversidade.

Por fim, a expansão das áreas protegidas é fundamental para a preservação da Amazônia. Isso inclui o reconhecimento de todos os territórios indígenas e quilombolas na região, que são guardiões tradicionais da floresta e detentores de conhecimentos valiosos sobre a biodiversidade local.

A Cúpula da Amazônia, portanto, tem o potencial de ser um marco no combate à mudança climática e à crise de perda de biodiversidade. As decisões tomadas durante este encontro podem definir o futuro da maior floresta tropical do mundo e, por extensão, o futuro do nosso planeta.

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