Tenente-coronel Mauro Cid será ouvido em CPIM que investiga ataques golpistas
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro terá a presença do tenente-coronel Mauro Cid em uma oitiva nesta terça-feira (11). Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, é suspeito de articular uma intervenção militar contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições do ano passado. Ele está atualmente preso desde maio, acusado de fraudar cartões de vacinação.
A oitiva de Mauro Cid estava prevista para a última terça-feira (4), mas foi adiada devido ao calendário de votações na Câmara dos Deputados, já que a CPMI é composta tanto por deputados quanto por senadores. Uma perícia da Polícia Federal (PF) encontrou trocas de mensagens no telefone celular de Cid com outros militares, tratando de ações que configurariam um golpe de Estado. Essas mensagens foram reveladas pela imprensa e tornadas públicas pela Justiça. Um dos interlocutores, o coronel Jean Lawand Junior, já depôs à CPMI, negando as alegações, mas teve sua versão contestada pelos parlamentares e pode ser indiciado por falso testemunho.
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à CPMI. Durante a oitiva, ele terá o direito de ficar em silêncio para não responder perguntas que o incriminem e poderá ser acompanhado por advogados. Além disso, como está sob custódia da Justiça, também receberá escolta policial.
A convocação de Mauro Cid foi aprovada por vários requerimentos, incluindo um de autoria da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que é a relatora da CPMI. Outros senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA) e o senador licenciado Marcos do Maranhão também pediram a convocação de Cid.
De acordo com o senador Rogério, há indícios de que Mauro Cid tramou um golpe de Estado, tendo conversas com outro auxiliar de Bolsonaro, Ailton Barros, nas quais houve trama para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. O senador Contarato também acredita que as mensagens do celular de Cid mostram seu envolvimento com a conspiração que levou aos atos de violência ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023.
A oitiva do tenente-coronel Mauro Cid na CPMI que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro trará importantes esclarecimentos sobre sua possível participação em um golpe de Estado. A presença de Cid é fundamental para a apuração dos fatos e para a busca da verdade em relação aos acontecimentos ocorridos naquela data. A CPMI continuará seu trabalho investigativo visando trazer à tona todas as informações necessárias para a compreensão e a punição dos responsáveis pelos atos golpistas.
Com informações da Agência Senado.