Maior Tartaruga Marinha do Mundo é Registrada Viva no Pará

Em um evento sem precedentes, a maior tartaruga marinha do mundo foi avistada viva na Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua, localizada em Maracanã, um município da região nordeste do Pará. A tartaruga, uma fêmea adulta da espécie Dermochelys coriacea, também conhecida como tartaruga-de-ouro, foi descoberta por pescadores presa em redes de pesca na Praia da Princesa na manhã de terça-feira (27).

A equipe do Projeto de Monitoramento de Desova de Tartarugas Marinhas (PMDTM) foi rapidamente acionada para auxiliar na liberação do animal. Durante o resgate, a equipe também realizou a biometria do quelônio. Felizmente, a tartaruga não sofreu ferimentos graves devido às redes e foi prontamente devolvida ao mar.

A Dermochelys coriacea é frequentemente chamada de tartaruga-gigante devido ao seu tamanho impressionante. Quando adulta, pode atingir cerca de 2 metros de comprimento, pesar quase uma tonelada e viver por mais de 300 anos. Especialistas apontam que ela está entre as espécies mais ameaçadas de extinção.

Atualmente, um diagnóstico abrangente está sendo realizado em todo o litoral paraense para avaliar a conservação das tartarugas marinhas. Duas Unidades de Conservação (UCs) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) estão sendo estudadas: o Monumento Natural do Atalaia, em Salinópolis, e a APA Algodoal-Maiandeua, em Maracanã.

Josie Barbosa, bióloga e coordenadora de campo do PMDTM, revelou que a Dermochelys coriacea era a única espécie que ainda não havia sido registrada no Pará. “Tínhamos ouvido relatos e visto fotos, mas nada que fosse cientificamente comprovado. Agora, temos de fato catalogado pelo PMDTM as cinco espécies de tartarugas marinhas em nosso litoral. Isso é crucial para garantir a conservação desses animais e para que possamos desenvolver um plano futuro de conservação desses animais nas APAs, Resexs e no litoral como um todo”, afirmou Barbosa.

A pesquisadora também expressou sua gratidão à comunidade local, que tem sido uma parceira valiosa para o projeto. “Eles são literalmente nossos olhos nas praias. Contamos com todos para continuar com esse trabalho. Se alguma tartaruga for encontrada presa em uma rede ou encalhada, pedimos que nos avisem. Isso ajudará significativamente nosso trabalho e, principalmente, a conservação das tartarugas marinhas no litoral paraense”, concluiu Barbosa.

Nilson Pinto, presidente do Ideflor-Bio, destacou que o órgão ambiental do Governo do Pará tem trabalhado incansavelmente para garantir a reprodução segura de todas as espécies de tartarugas marinhas. “Ao longo de todo o mês de julho, nossas equipes estarão em campo nas UCs Monumento Natural do Atalaia, em Salinópolis, e na APA Algodoal-Maiandeua, em Maracanã, para sensibilizar a comunidade local e os visitantes sobre a importância de proteger toda a biodiversidade existente nessas áreas”, disse.

É importante lembrar que, nas últimas semanas, cerca de 200 filhotes de tartarugas marinhas foram liberados nessas duas importantes UCs do Ideflor-Bio. A soltura dos filhotes foi acompanhada por técnicos do Instituto, agentes de segurança pública e pesquisadores do PMDTM, cujo trabalho é coordenado pela Mineral Engenharia e Meio Ambiente. A expectativa é que novas eclosões ocorram nas próximas semanas e continuem até o mês de agosto.

Com informações da Agência Pará.

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