Brasil

Audiência pública no Senado discute a fome no Brasil e busca soluções

Representante do MDS defende busca ativa para o Cadunico.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal realizou hoje a segunda audiência pública do ciclo de debates “A Invisibilidade da Fome”, que visa esclarecer a dimensão da fome no Brasil e discutir soluções efetivas para erradicar o problema. Participaram representantes de movimentos sociais, do governo federal e parlamentares.

Segundo dados apresentados pelo presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), 125 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar, e 33,1 milhões de pessoas passam fome. A situação é ainda mais grave em lares chefiados por mulheres (19,3%) e entre pessoas pretas e pardas (18,1%). Paim defendeu o envolvimento de todos os setores da sociedade na missão de erradicar a fome no país.

Letícia Bartholo de Oliveira e Silva, representante do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), informou que o governo federal está trabalhando na atualização e fiscalização do Cadastro Único para Programas Sociais (Cadunico) e na integração com o Sistema Único de Assistência Social (Suas). Ela destacou a busca ativa de famílias vulneráveis e a recomposição do orçamento do Cadunico como ações prioritárias.

Fabiano Monteiro, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), apresentou iniciativas do movimento para combater a fome, como as Cozinhas Solidárias, que já entregaram 1,7 milhão de marmitas e mais de 1,4 toneladas de alimentos gratuitamente. Ele ressaltou a importância de hortas comunitárias orgânicas em espaços urbanos, promovidas em parceria com outros movimentos sociais.

A pediatra Regina Barros Goulart Nogueira apresentou um estudo que relaciona o histórico do uso e propriedade da terra no Brasil às causas da fome, apontando fatores como escravidão, monocultura, desastres ambientais e falta de reforma agrária. Ela defendeu que povos originários e de matriz africana, bem como pequenos agricultores, podem contribuir para erradicar a fome no país através da reforma agrária e da soberania alimentar.

Com informações da Agência Brasil.

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