STF revela investigação sobre Bolsonaro e fraude em vacinação
Ex-presidente teria usado documento falso para viajar aos EUA.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo das investigações do inquérito que levou à apreensão do aparelho celular do ex-presidente Jair Bolsonaro e à prisão do coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens na Presidência da República. Segundo a Polícia Federal (PF), Cid teria articulado a emissão de cartões falsos de vacinação para covid-19 para sua família e para Bolsonaro e sua filha menor de idade.
As investigações tiveram como base quebras de sigilo telemático e telefônico de Cid e anexaram imagens de conversas dele com outros envolvidos. No total, seis pessoas foram presas, e outras 16 foram alvo de busca e apreensão, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A PF apontou indícios de que os envolvidos teriam cometido crimes como associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção de menores. A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra a busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília, mas o ministro Alexandre de Moraes decidiu autorizá-la a pedido da PF.
Para realizar as fraudes, Cid contou com o auxílio de outros envolvidos, incluindo um médico, um sargento e um advogado. A tentativa de inserir os dados no sistema do Ministério da Saúde para permitir a emissão do certificado de vacinação contra covid-19 pelo aplicativo ConecteSUS só não deu certo devido a uma inconsistência nos dados do lote da vacina.
Bolsonaro passou a ser investigado no caso após alerta da Controladoria-Geral da União (CGU) para a Polícia Federal, que não encontrou indícios de que ele tenha de fato se vacinado, apesar de constar no sistema do Ministério da Saúde. A polícia obteve a localização dos aparelhos no momento de utilização do ConecteSUS e detalhou que Bolsonaro e outros envolvidos tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação.
Em nome da defesa de Bolsonaro, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Fábio Wajngarten disse que o ex-presidente somente irá depor à Polícia Federal quando seus advogados tiverem acesso aos autos do processo.
Com informações da Agência Brasil.