Ministério da Agricultura e Pecuária publica Portaria que proíbe eventos com aves
A medida reforça Portaria do Mapa, que proíbe a realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos devido ao risco de entrada no Brasil da Influenza aviária
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) publicou uma Portaria na última quarta-feira (29) proibindo a realização de eventos com aglomeração de aves em todo o território nacional, devido ao risco de ingresso e disseminação da Influenza aviária de alta patogenicidade no Brasil. A medida é uma resposta ao Alerta Sanitário Nacional para a doença.
Para reforçar as diretrizes da portaria nacional, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) suspendeu as autorizações de eventos com aglomeração de aves no estado. A medida legal de biosseguridade é válida por 90 dias, podendo se estender se houver necessidade.
Além disso, a Portaria também proíbe a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados segundo a Instrução Normativa nº 56, de 04 de dezembro de 2007.
Segundo a veterinária Lettiere Lima, gerente do Programa de Sanidade Avícola da Adepará, a aglomeração de aves representa um risco em potencial para disseminação de doenças, especialmente por conta da globalização e do comércio internacional de aves selvagens de rotas migratórias. As aves selvagens residentes e migratórias são consideradas reservatórios naturais dos vírus da Influenza aviária.
O Pará possui três rotas migratórias neárticas (migração pelo interior das Américas): Rota Atlântica, Rota Brasil Central e Rota Amazônia Central/Pantanal. Neste contexto, o estado possui três sítios de aves migratórias – Sítio de Bahia do Marajó, Sítio do Marajó e Sítio de Salinópolis. Por conta disso, a Adepará vem intensificando suas ações de vigilância, atendendo à notificação de suspeita de Síndrome Nervosa e Respiratória das Aves e fazendo a vigilância em propriedades localizadas no entorno dos Sítios de Aves Migratórias, propriedades de subsistência e granjas comerciais.
A Adepará está se articulando com vários órgãos para elaborar o Plano de Contingência Estadual, incluindo Mapa; Faepa – Federação da Agricultura e Pecuária do Pará; Apavi – Associação Paraense de Avicultura; prefeituras; Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural; Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi.
O setor avícola e o Governo do Pará estão em alerta máximo para Influenza aviária, já que a avicultura paraense ocupa posição de destaque no cenário brasileiro, com a maior produção avícola da região Norte. É a segunda maior atividade do setor agropecuário do Pará. Além disso, grande arte da produção de frangos de corte é feita com base no sistema de integração, que envolve várias empresas e atividades ligadas ao ciclo de produção. O segmento de avicultura de corte paraense tem capacidade mensal de alojamento de 3,8 milhões de aves, distribuídas por cerca de 300 granjas. Já o segmento de postura comercial abriga um plantel em torno de 600 mil aves, distribuídas por 30 granjas. Diante disso, o setor avícola tem adotado medidas rigorosas de biosseguridade para garantir a sanidade dos seus plantéis e manter a produção em alta, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico do estado e do país. A Adepará, por sua vez, vem atuando em parceria com as associações de produtores, as empresas do setor e outros órgãos públicos para proteger a avicultura paraense da ameaça da Influenza aviária.
A proibição de eventos com aves e a suspensão das autorizações no estado do Pará são medidas essenciais para evitar a disseminação da Influenza aviária, que representa uma ameaça para a saúde do plantel avícola e da população em geral. É importante ressaltar que o setor avícola é de extrema importância para a economia do Pará e do país como um todo, e que as medidas de prevenção são necessárias para manter o status sanitário do país e garantir a segurança dos consumidores. A Adepará está trabalhando em conjunto com diversos órgãos para elaborar um Plano de Contingência Estadual e intensificando suas ações de vigilância para proteger as aves migratórias, as propriedades de subsistência e as granjas comerciais. É fundamental que os produtores comuniquem imediatamente casos suspeitos à Adepará, para que as medidas necessárias possam ser tomadas.
Com informações da Agência Pará.