Parlamentares eleitos apresentam posicionamento conservador em pautas feministas, aponta estudo do Cfemea
É o que aponta estudo do Centro Feminista de Estudos e Assessoria
Estudo realizado pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) constatou que os novos parlamentares têm um posicionamento mais conservador em relação às pautas relacionadas ao movimento feminista. A pesquisa analisou conteúdos das redes sociais dos 513 deputados federais e dos 81 senadores eleitos em 2022. Foram avaliados seis temas: direitos sexuais e reprodutivos; violência contra a mulher; concepção de família; posicionamento sobre o cuidado; religião e posições antigênero. Os perfis dos parlamentares foram divididos em cinco grupos ideológicos: armamentista; religioso; de costumes/defensores da família tradicional; feminista e conservador. Mais de 40% dos parlamentares fazem parte do grupo conservador, que tem uma posição negativa em relação às pautas feministas.
A coordenadora da pesquisa, Denise Mantovani, disse que muitas candidaturas se elegeram “às custas de muita fake news” e destacou que existem partidos que concentram posições da extrema direita e religiosas fundamentalistas. A pesquisa constatou que a maioria dos deputados (56,73%) não mencionou o aborto e a proteção às vítimas de estupro/violência sexual em suas postagens. Dos 81 senadores, 45 (56%) declararam vínculo com alguma religião e nenhum senador se posicionou favoravelmente, nas redes sociais, ao direito de interrupção da gravidez. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) defendeu que os direitos das mulheres têm que estar presentes e aprovados no Congresso Nacional, e a analista de Programas da ONU Mulheres – Brasil, Ana Claudia Pereira, destacou que a presença das mulheres nas instâncias decisórias, inclusive no Congresso Nacional, leva a decisões que contemplam essa metade da população de forma mais eficiente.
Fonte Agência Brasil.