Restauração de símbolo nazista com dinheiro público é inaceitável e afronta valores democráticos
A utilização de dinheiro público para restaurar um símbolo nazista é uma afronta aos valores democráticos e aos direitos humanos. O monumento em questão é a cruz com suástica e inscrição alemã que se encontra em uma sepultura na Amazônia. Essa cruz foi recentemente revitalizada após ter sido arrancada pela cheia do Rio Jari no ano passado, com o apoio de um artista plástico contratado pela prefeitura de Laranjal do Jari.
Historiadores apontam que a cruz pertencia a Joseph Greiner, integrante de uma comitiva alemã que veio estudar a região amazônica em 1935. Segundo os registros, o objetivo desse grupo era implantar uma base nazista na Amazônia para possibilitar uma invasão à Guiana Francesa. A sepultura e a cruz com suástica têm sido motivo de curiosidade e investigação para nativos e pesquisadores, mas sua revitalização com dinheiro público é inaceitável.
É importante lembrar que a suástica é um símbolo utilizado pelo regime nazista, responsável pelo genocídio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, além de outros grupos minoritários. A utilização desse símbolo é considerada uma forma de apologia ao nazismo e é proibida por lei em vários países.
A preservação da história é importante, mas isso não significa que devemos preservar símbolos que representam opressão e ódio. A cruz com suástica e inscrição alemã não é apenas um registro histórico, mas um símbolo de discriminação e violência. É lamentável que recursos públicos estejam sendo utilizados para restaurar essa cruz e devolvê-la ao seu local de origem.
A revitalização da cruz nazista tem gerado polêmica na região e reacendido discussões sobre a presença nazista no Brasil. É fundamental que essas discussões sejam conduzidas com respeito e sensibilidade, mas também com firmeza na defesa dos valores democráticos e dos direitos humanos.
O uso de dinheiro público para restaurar um símbolo nazista é um retrocesso na luta contra o racismo e a discriminação. É dever das autoridades públicas promover a memória histórica sem romantizar ou justificar crimes contra a humanidade. A cruz com suástica deve ser retirada e o monumento deve ser desmontado para que não haja mais lugar para símbolos de ódio e discriminação no Brasil.