No dia Mundial do Câncer, neste sábado (4), Sespa reforça cuidados com a saúde
Durante todo o ano, a Secretaria de Estado de Saúde Pública desenvolve ações de conscientização sobre o câncer e fatores de risco
Conscientizar a população sobre o câncer e alertar sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento contra a doença são alguns dos motivos encontrados para celebrar o dia 4 de fevereiro como o Dia Mundial do Câncer. A data serve também para lembrar a sociedade sobre a necessidade de consultar sempre um médico e estar atento aos sintomas.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Atenção Oncológica (CEAO), realiza ao longo de todo o ano diversas ações de conscientização sobre o câncer e seus fatores de risco, que podem ser os mais variados como hábitos alimentares, costumes e até características genéticas.
Algumas atividades são realizadas em parceria com o programa Territórios pela Paz (TerPaz), onde a equipe do serviço de oncologia da Sespa faz mobilizações em locais públicos, incluindo feiras, praças, igrejas, além das ações nas Usinas da Paz (UsiPaz), que estão espalhadas na Região Metropolitana de Belém e no interior, para abordar temas tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo do álcool, alimentação inadequada e suas consequências para o desenvolvimento da doença.
Mas as ações não param por aí. Durante as atividades, os profissionais alertam também sobre os riscos da infecção causada pelo papilomavírus humano (HPV), um dos causadores do câncer do colo de útero e a importância da vacinação, da necessidade de manter em dia o exame preventivo do câncer de colo do útero (PCCU), e os cuidados que se deve ter para evitar o câncer de pele, isto incluí o uso do protetor solar, entre outros assuntos relacionados a doença.
A coordenadora do CEAO, Patrícia Martins, explica que a ideia é fomentar as ações para promover a prevenção e o diagnóstico precoce dos principais tipos de câncer. Segundo ela, o tipo de neoplasia que mais atinge as mulheres são o câncer de colo de útero e o câncer de mama, já nos homens os aparecem o câncer de próstata e estômago. “O nosso objetivo é contribuir para a promoção e prevenção a saúde da população como um todo, por isso essa aproximação com a sociedade, por meio de práticas de educação em saúde como palestras, rodas de conversa e distribuição de material educativo e informativo são muito importantes e válido”, definiu a coordenadora.
Nas ações são ofertadas ainda consultas médicas e encaminhamentos para exames especializados, entre eles a mamografia e o preventivo.
“É um dia muito significativo para repensar a questão da saúde. Cuidar do corpo é muito mais do que tratar da aparência física. A prevenção e o diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho”, ressaltou a coordenadora.
O ano era 2002 quando a hoje biomédica Priscilla Vieira foi diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda (LLA). Ela tinha 14 anos quando descobriu a doença e precisou fazer o tratamento no Hospital Ophir Loyola. Segundo ela, o diagnóstico precoce ajudou no sucesso do tratamento. Febre, cansaço, indisposição constante foram alguns dos sintomas que a jovem sentia na época. Priscilla conta que mesmo com plano de saúde realizou todo o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante três anos.
Priscila Vieira recorda que o primeiro exame, o mielograma, foi realizado na Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia (Hemopa), onde foi descoberta a doença. Em seguida, ela foi encaminhada para o Hospital Ophir Loyola para receber o tratamento adequado. O câncer que atingiu Priscilla deixou sequelas.
Ela sofreu a perda da audição de um dos ouvidos e uma paralisia facial. “Foi um tratamento sofrido, complicado, mas hoje estou bem. Sou uma sobrevivente. Na época peguei uma médica muito boa e que logo descobriu o meu problema e nos encaminhou para o tratamento. Não é fácil conviver com as sequelas que ficaram, mas posso dizer que dos males é o menor”, disse Priscilla.
A jovem conta que ao completar 15 anos estava internada no Hospital Ophir Loyola. “Fizeram uma festinha para mim dentro do hospital”, recorda. Neste dia 4 de fevereiro, dia em que se celebra o Dia Mundial do Câncer, Priscila faz aniversário.
“Acho de extrema importância as campanhas, pois em todos os casos/tipos de câncer, quanto mais precoce o diagnóstico maior são as chances de cura principalmente para os casos mais agressivos. No meu caso o diagnóstico precoce foi essencial pro sucesso do tratamento”, enfatizou Priscilla.
Hoje Priscilla trabalha na Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia (Hemopa) e atua na área dos exames de pré-transplantes de medula óssea e pré-transplante renal. “Fiz mestrado e doutorado, estudei pra atuar dentro da área da saúde, mas não queria ter o envolvimento direto com o paciente. Queria a parte da oncologia, e por coincidência atuo no Hemopa com os exames de pré-transplantes”, pontuou a biomédica.
Investimentos
Atualmente, a rede assistencial de alta complexidade em oncologia do Estado é composta por cinco estabelecimentos, sendo um Centro de Assistência Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), do Hospital Ophir Loyola, em Belém. O hospital é referência para todos os tipos de cânceres e atende os 13 Centros Regionais de Saúde do Pará.
Além disso, a rede de assistência conta ainda com a Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), instaladas no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e atende atendendo crianças e adolescentes menores de 19 anos, que recebem tratamento de câncer hematológicos e da infância; o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, Oeste do Pará, referência para o atendimento dos casos de câncer de pele, colo de útero, mama, próstata, estômago, colón e reto, pulmão e infanto-juvenil.
A unidade atende a população da Região do Baixo Amazonas; o Hospital Regional de Tucuruí (HRT), localizado no Sudeste do Pará, e atende a população da Região do Araguia, Carajás e Lago do Tucuruí. Como parte da rede de assistência para tratamento de pessoas com câncer está Unacon do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), em Belém, que atende pacientes com câncer, na maioria adultos, da Região Metropolitana de Belém e também dos rios Caetés, Tocantins e Marajó I e II.
Além das ações preventivas, a Sespa investe na expansão da Rede de Atenção Oncológica do Estado do Pará, com a implementação de uma Unacon no Hospital Regional de Castanhal, prevista para ser entregue no primeiro semestre de 2023, a implantação de uma nova Unacon no Hospital Regional de Marabá Geraldo Veloso, a Construção e implantação do Hospital da Mulher, que será referência para os serviços de diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero e mama, além da estruturação para ampliação da oferta de serviços na área da oncologia nas Policlínicas e a atualização do parque tecnológico do serviço de diagnóstico por imagem e radioterapia das UNACON dos hospitais regionais de Santarém e Tucuruí e do CACON do Hospital Ophir Loyola, em Belém.
O secretário de saúde da Sespa, Rômulo Rodovalho, explica que a reestruturação na área da saúde tem o objetivo de organizar o sistema de saúde no estado e oferecer tratamento médico mais próximo da casa das pessoas. “A ideia é fazer com que as pessoas não precisem mais atravessar o estado em busca de tratamento especializado ou exames em equipamentos especiais”, afirmou o secretário de Saúde.
Todos os anos, o Hospital Ophir Loyola realiza mais de 1 milhão de atendimentos, entre cirurgias, quimioterapia, radioterapia, exames e consultas. Para garantir um melhor atendimento aos usuários da unidade, o governo do estado investiu na contratação de uma empresa de telerradiologia, que possui um Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (Pacs) integrado. O método visa garantir agilidade na liberação de laudos dos exames por imagem, além de permitir acesso aos exames de forma padronizada, remota e com transferência automatizada e segura de dados. Ocorreu, ainda, a contratação de empresa especializada em serviço de Terapia Intensiva. A medida supriu a necessidade de estruturação de equipe médica necessária para ampliação de 19 leitos de Terapia Intensiva Adulto.
Outra novidade é a implantação do Call Center para assegurar mais conforto na marcação de consultas de retorno e de exames especializados. O novo canal facilita o acesso aos agendamentos, diminuir filas presenciais, sanar dúvidas de forma prática e humanizada, e atender com excelência os usuários.
Também foram reabertas três Unidades de Terapia Intensiva que oferecem 28 leitos de cuidados intensivos em uma estrutura moderna. O local passou por uma obra de ampliação e conta com uma área total de 695 m², que proporciona aos usuários da rede um ambiente mais adequado e confortável aos pacientes em situação consideradas mais críticas. As novas unidades seguem todos os padrões do Ministério da Saúde e Anvisa, e atende os padrões de humanização preconizados em legislação atual e órgãos competentes.
Foi adquirido pelo Hospital Ophir Loyola um Angiógrafo Modelo Artis Zee Floor e em agosto de 2022 finalizou a reforma estrutural da nova sala de hemodinâmica destinada ao novo equipamento de alta performance. Com decoração em painel LED e redução de luminosidade, o ambiente proporciona um ambiente tranquilo durante a realização dos exames. Já a nova tecnologia permite tratar pacientes com tumores de cabeça e pescoço, aneurismas cerebrais e malformações arteriovenosas cerebrais e medulares, com técnicas minimamente invasivas e baixas doses de radiação.
Em novembro do ano passado, o hospital iniciou as obras para a instalação da Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO), que irá disponibilizar 40 leitos para pacientes em tratamento contra o câncer. A previsão é para quea obra seja inaugurada ainda no primeiro semestre de 2023. O centro cirúrgico do hospital também passa por uma obra de reforma que inclui a reestruturação do ambiente, inclusive das instalações elétricas. a fim de garantir a realização de procedimentos mais seguros. O ambiente receberá mobiliário, sistemas médicos, sala de recuperação pós-anestésica e focos cirúrgicos novos. Também está em curso a obra de readequação para receber equipamentos destinados à radioterapia, como aceleradores lineares e o tomossimulador, assim como a reconstrução do auditório Luiz Geolás de Moura Carvalho.