Pará

Seminário Comunicação Não Violenta inicia nova fase do ‘Territórios Pela Paz’

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  • O palestrante Dominc Barter ressaltou a importância de uma política pública permanente, como o TerPaz, que combate a violência com a promoção da cidadania.

“A Comunicação Não Violenta é a bússola da Cultura da Paz” foi o conceito abordado pelo britânico Dominic Barter no Seminário Comunicação Não Violenta, realizado na segunda-feira (23), no Teatro da Usina da Paz Cabanagem, em Belém. A atividade contou com cerca de 200 servidores de órgãos e secretarias que integram o Programa Territórios Pela Paz (TerPaz) e demais parceiros, como o Ministério Público do Estado e o Tribunal de Justiça do Pará.

A atividade abriu a nova fase do programa como política pública de Estado. “A grande diferença do TerPaz é que ele não foi instituído de cima pra baixo. Primeiro, fomos buscar a alma da comunidade, com as ações realizadas inicialmente em escolas, igrejas e outros parceiros, para depois criar o seu corpo, que são as UsiPaz. Não há corpo sem alma, e por isso nós temos certeza de que não criamos nenhum ‘elefante branco’, mas sim uma política eficaz”, afirmou o secretário Estratégico de Articulação da Cidadania, Ricardo Balestreri.

O titular da Seac explicou ainda que agora o TerPaz inaugura um novo momento, definido por ele como “TerPaz 2.0”. “A partir de agora precisamos cuidar das nossas relações interpessoais, aprender não apenas a ouvir, mas também a escutar, numa escuta realmente presente, onde todos nós estejamos dispostos a olhar, e ouvir, cada pessoa de forma integral e verdadeira. Por isso, este Seminário é tão importante, pois o Dominic traz esse caminho para a escuta. Uma escuta que começa entre os colegas, e assim pode se estender para cada cidadão que nos procura”, reiterou.

Referências – Mais do que um evento de formação, o Seminário também foi um momento para que servidores, colaboradores e parceiros do TerPaz pudessem estar juntos, estabelecendo laços e fortalecendo essa interação.

Dentre as atividades propostas, Dominic Bater colocou o diálogo como base tanto para o Seminário quanto para qualquer trabalho. “Se a estrutura não permite diálogo, essa estrutura precisa mudar ou vai ruir. É neste pensamento de Paulo Freire que devemos nos pautar não apenas como profissionais ou cidadãos, mas como pessoas, pois isso é para o nosso dia a dia. Se eu não estiver bem em casa, não estarei no meu trabalho. Não terei como cuidar do outro se eu não estiver sido cuidado”, frisou o mediador durante a palestra.

Continuidade – Dominic Bater contou ainda que um dos motivos de ter se interessado pelo TerPaz é exatamente pela continuidade. “Eu trabalho de uma forma que me permite ter liberdade de escolher os projetos que quero abraçar. Eu escolhi vir para Belém para receber esse abraço, e o TerPaz me chamou atenção por não ser apenas mais um projeto daqueles que encerram em um ano ou com a mudança de gestão de um governo. Aqui há a continuidade, e isso é muito importante”, enfatizou.

Trabalhando há 27 anos em comunidades periféricas da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Dominic Barter é hoje um dos mais importantes profissionais em mediação de conflito e práticas restaurativas. Por 18 anos, ele foi aluno e colega de Marshal Rosemberg, pioneiro em estudos da Comunicação Não Violenta. Seu trabalho prima pelo diálogo e escuta na condução de questões de segurança pública em áreas consideradas críticas.

“É muito importante que nós estejamos comemorando 30 dias sem nenhum homicídio nesta comunidade, por exemplo. Mas ao mesmo tempo é triste, pois não ter homicídios deveria ser a regra, e não a exceção”, disse Dominic Barter.

O Seminário Comunicação Não Violenta foi o primeiro de uma série de atividades e palestras relacionadas ao tema que serão realizadas nas UsiPaz em 2023.

Participaram do Seminário “A Comunicação Não Violenta é a bússola da Cultura da Paz” servidores das secretarias de Estado de Esporte e Lazer (Seel); Justiça e Direitos Humanos (Sejudh); de Educação (Seduc); de Cultura (Secult) e de Comunicação (Secom); do Corpo de Bombeiros Militar; polícias Civil e Militar; Fundação Cultural do Pará (FCP); Ministério Público do Estado e Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Fonte Agência Pará

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