Pará

Governo do Estado incentiva a saúde com a redução de consumo de ultraprocessados

Em 2019, 57 mil mortes prematuras no Brasil foram relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados. É o que revela a pesquisa divulgada pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, Faculdades de Saúde Pública e Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Santiago (Chile). O estudo considerou o orçamento familiar de 2017 e 2018 e analisou 541.160 óbitos ocorridos na faixa etária de 30 a 69 anos.

Para ajudar a reverter esse quadro, o Governo do Pará incentiva a adoção de hábitos saudáveis e alimentação balanceada.  De acordo com a técnica-nutricionista da Coordenação Estadual de Nutrição da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Thaís Granado Santos, além de morte prematura, os efeitos da alimentação industrializada desencadeia outras doenças.

Foto: Eliseu Dias / Ascom Seduc“Os alimentos ultraprocessados são formulações industriais, que passaram por várias transformações e feitas tipicamente com cinco ou mais ingredientes, incluindo açúcar, óleos, gorduras, sódio, estabilizantes e conservantes, possuem pouca quantidade de água e fibras. São caracterizados por serem alimentos pobres nutricionalmente com sabor realçado e maior prazo de validade. O consumo de alimentos ultraprocessados promove um desequilíbrio nutricional, contribuindo para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como obesidade, diabetes melitos (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças cardiovasculares e câncer”, explica.

Para estimular tanto a produção quanto o consumo de alimentos naturais, o Governo do Estado estimula a realização de eventos para escoar a produção da agricultura familiar. Os hortifrutigranjeiros também são utilizados no reforço da merenda escolar e no gerenciamento do Restaurante Prato Popular e acompanhamento e execução do sistema de segurança alimentar.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) promove feiras itinerantes, além de assessorar a produção. O projeto incentiva o empreendedorismo em várias cadeias, inclusive da alimentação.     

Margarida Sousa, artesãFoto: Bruno Cecim / Ag.ParáSousa é artesã e integra o Movimento Afrodescendente do Pará (Mocambo). “Trabalhamos desde a questão do empreededorismo, educação quilombola, assistência social e de saúde. Temos comunidades quilombolas que trabalham somente com agricultura. Eu trabalho com bonecas negras que são representativas. Além disso, temos um quintal produtivo com cultivo de banana, ervas medicinais e criação de galinha caipira. É muito importante para a nossa própria alimentação, com produtos saudáveis, sem agrotóxicos, para nós e para quem repassamos quando vendemos ou doamos”, destaca. 

Luciana Moreira, coordenadora da Feira da Emater, diz que o objetivo é levar a produção dos agricultores familiares diretamente para o consumidor. “A Feira acontece em órgãos públicos e entidades parceiras. Temos aproximadamente 100 famílias beneficiadas na região metropolitana de Belém. Os produtores expõem hortifrutigranjeiros, artesanato, processados e gastronomia. Todas as famílias são assistidas pela Emater”, detalha a coordenadora. 

O presidente da instituição, Rosival Possidônio, enfatiza que a Emater-PA não se preocupa apenas com a produção, mas em fortalecer toda a cadeia produtiva. “Vai desde a forma de organizar essa produção e até chegar na comercialização, que muitas vezes é um gargalo para o produtor. Incentivamos as feiras para comercializar por melhores preços, com a qualidade para o consumidor, tirando o atravessador dessa linha”, pontua o presidente.

Lianete do Rosário Carvalho, artesãFoto: Bruno Cecim / Ag.ParáLianete do Rosário Carvalho, artesã e produz bombons de chocolate, no Grupo Sabor Marajoara da Ilha de Mosqueiro. “O processo é feito através do nibs, a semente do cacau que é seca, torrada e pilada, sem a presença de maquinários. Cada integrante tem pés de cacau no quintal para colher os frutos. Não usamos formas, é tudo banhado com o chocolate. Para nós é muito importante porque é um produto saudável vindo do nosso próprio quintal, até mesmo o bacuri, a castanha, o cupuaçu que servem como recheios”, pontua. 

Reprodução: Agência Pará

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